Maduro disse esta segunda-feira que um grupo de pessoas saiu "do sul da América com planos específicos para tentar atentar contra a vida da vice-presidente" e acusou o Governo do Presidente Javier Milei de estar diretamente envolvido.

Num evento com autoridades civis, policiais e militares, o chefe de Estado disse que se trata de uma "agressão fascista internacional contra a Venezuela" que "promove o imperialismo norte-americano".

No mesmo evento, o ministro venezuelano do Interior e da Justiça explicou que os 125 "terroristas capturados" -- de um total de "25 nacionalidades, incluindo venezuelanos" -- tinham como "primeira missão" atacar Delcy Rodríguez.

"Foi a primeira informação que nos chegou e, a partir daí, começou a investigação, e foram detidos, estão a ser processados, levados à justiça, conforme o caso", disse Diosdado Cabello no evento, transmitido pela televisão estatal VTV.

Em dezembro, o Ministério Público venezuelano anunciou uma investigação contra os ministros dos Negócios Estrangeiros e da Segurança argentinos, Gerardo Werthein e Patricia Bullrich, respetivamente, relacionada com a entrada na Venezuela de um elemento da Gendarmeria Nacional Argentina (polícia militarizada de fronteira).

Nahuel Gallo, o paramilitar em causa, entrou em território venezuelano através de um posto fronteiriço terrestre no dia 08 de dezembro, a partir da Colômbia, com o intuito de visitar a companheira, com quem tem um filho, segundo fontes oficiais argentinas.

Em 29 de dezembro, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, disse ao jornal argentino Clarín que Gallo estava detido em Caracas, sob a acusação de conspiração, terrorismo, financiamento do terrorismo e associação ilícita, por estar "envolvido no planeamento e execução de crimes graves contra a segurança" da Venezuela.

Argentina apresentou queixa ao Tribunal Penal Internacional na sequência da detenção do paramilitar argentino e pediu à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos que adote medidas cautelares neste caso.

Na passada sexta-feira, o Governo venezuelano anunciou a deslocação em várias zonas do país de 1.200 militares, com o objetivo de "garantir a paz" antes da tomada de posse de Maduro, agendada para 10 de janeiro.

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