O presidente do Chega e candidato presidencial acusou hoje Marques Mendes, seu opositor na corrida a Belém, de representar "tudo o que é mau na política" e de ter feito uma "troca de favores" com o líder do PSD. "A candidatura de Marques Mendes representa tudo o que é mau na política. Representa a cedência ao lobismo, a cedência aos interesses de corredores e de bastidores, a cedência àquilo que é a podridão do sistema partidário que há 50 anos domina Portugal", afirmou André Ventura.

O líder do Chega e anunciado candidato a Belém com o apoio do seu partido, comentou, em conferência de imprensa de imprensa na sede, em Lisboa, a candidatura a Presidente da República do antigo líder do PSD Luís Marques Mendes. André Ventura referiu o facto de Marques Mendes ter tido durante os últimos anos um espaço de comentário político na SIC e acusou-o de ter aproveitado essa exposição mediática em proveito próprio.

O líder do Chega acusou-o também de ter feito um acordo com o primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro, "para que ambos retirassem ajuda mútua de uma situação política vantajosa e do aproveitamento politico-mediático de um espaço de televisão e de comentário semanal".

"Luís Marques Mendes fez o jogo de António Costa quando o governo de António Costa estava sólido na maioria absoluta e tornou-se o maior aliado de Luís Montenegro nas televisões ao longo dos últimos meses, e agora vimos saber que o governo do PSD apoia a candidatura de Luís Marques Mendes", disse.

Ventura alegou que "houve uma troca de favores entre Luís Marques Mendes e Luís Montenegro", considerando tratar-se de "uma promiscuidade que não se pode aceitar".

Na conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura começou por saudar “a mudança de posição que PS e IL parecem ter tido em matéria de imigração e de segurança” e depois anunciou que o seu partido vai propor a repatriação de imigrantes com cadastro e pretende levar este tema a debate do parlamento no próximo dia 20 de fevereiro e vai permitir que sejam também debatidas iniciativas de outros partidos, além das do Chega.

"Procurando aproveitar o novo ambiente do consenso político, para que já no dia 20 possam ser tomadas decisões fundamentais para o futuro das pessoas", afirmou. André Ventura indicou que o Chega vai propor que os imigrantes que cometam crimes em Portugal não possam renovar o visto ou a autorização de residência. "Procuraremos, atendendo o novo consenso entre todos os partidos, que todos os imigrantes em Portugal que tenham cadastro fiquem à porta ou sejam devolvidos ao seu país de origem e os que cometem crimes em Portugal possam ser repatriados ou deportados", acrescentou.

O Chega vai propor igualmente um aumento das penas "em um terço dos crimes mais graves que estão a afetar a população portuguesa, nomeadamente os crimes de roubo, de sequestro e de tráfico de droga", independente da nacionalidade de quem os pratique.