
O Ministério da Justiça italiano deu, esta segunda-feira, "luz verde" ao processo contra o vocalista da banda britânica Placebo, Brian Molko, por ter chamado "fascista, racista e nazi" à primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, num concerto realizado em 2023 em Turim.
Os procuradores pediram autorização ao Governo, necessária no caso de crime de insulto a instituições estatais, de que Molko é acusado e que é punível com uma multa, noticiaram, esta segunda-feira, os meios italianos de comunicação social, citados pela agência espanhola EFE.
O processo teve início depois de o Ministério Público de Itália ter aberto um inquérito e de a líder do Governo, que é também líder do partido de direita radical Irmãos de Itália, ter apresentado queixa contra o vocalista dos Placebo.
Molko, durante um concerto em Turim, em julho de 2023, referiu-se a Meloni usando as palavras "fascista, racista e nazi", numa intervenção em que apelou a uma maior proteção dos direitos das pessoas não binárias e transgénero.
Meloni já apresentou queixa contra outras personalidades da área cultural por alegada difamação, como foi o caso do escritor e jornalista italiano Roberto Saviano - condenado à morte pela Máfia pelo seu livro "Gomorra" -, quando este se referiu à líder política como "bastarda", num programa de televisão, em 2020, anterior à eleição que a levou ao cargo de primeira-ministra.
O processo judicial foi concluído em outubro de 2023 e Saviano foi condenado a pagar mil euros.
Meloni também apresentou queixa contra o historiador Luciano Canfora, autor de "A Democracia - História de Uma Ideologia", que a acusou de ser neonazi, embora tenha acabado por retirar a queixa e os tribunais tenham arquivado o caso em outubro de 2024.
- Com Lusa