"Em nome do povo de Timor-Leste, entrego a cidadania da República Democrática de Timor-Leste como forma de reconhecer a identidade timorense", disse Xanana Gusmão, de acordo com um comunicado.

António Guterres considerou ser uma honra e um orgulho ser cidadão de Timor-Leste.

"Este é um sentimento que sempre levarei comigo", afirmou o secretário-geral da ONU, citado na mesma nota.

O Parlamento timorense concedeu a cidadania a António Guterres, a 30 de agosto, por ocasião das celebrações dos 25 anos da realização do referendo no país, que pôs fim à ocupação indonésia, no âmbito da visita que o líder da ONU realizou a Timor-Leste.

Durante o encontro, realizado à margem da 79.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, Xanana Gusmão e António Guterres discutiram questões multilaterais e a importância do respeito pelos princípios da democracia e dos direitos humanos.

A ONU reafirmou o compromisso em continuar a apoiar o desenvolvimento de Timor-Leste, salientou o comunicado.

A atribuição da cidadania a António Guterres foi aprovada pela unanimidade dos deputados timorenses.

Na resolução aprovada, os deputados timorenses referem que António Guterres teve "um papel fundamental na defesa da autodeterminação de Timor-Leste, tendo contribuído para suscitar a questão timorense nos mais altos fóruns internacionais", pressionando para a realização do referendo sobre a independência em 1999.

Na resolução destaca-se também o contributo significativo de Guterres para a independência e desenvolvimento do país, tendo sido sempre "um dos mais ilustres defensores e aliados" de Timor-Leste, quer como primeiro-ministro de Portugal (1995-2002), como Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) ou como secretário-geral da ONU.

Em declarações na altura aos jornalistas, António Guterres manifestou um "profundo orgulho" por lhe ter sido atribuída a nacionalidade timorense, destacando que a partir de agora as Nações Unidas têm um secretário-geral que é português e timorense.

"Sinto um profundo orgulho e um profundo reconhecimento. A causa de Timor-Leste foi uma causa fundamental da minha vida política durante muitos anos e tenho pelo povo timorense, pela resistência timorense uma enorme admiração e isto é uma honra", disse.

Durante a sua estada em Díli, em agosto, António Guterres foi também condecorado pelo Presidente timorense, José Ramos-Horta, com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta distinção do país.

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