O Presidente ucraniano afirmou em Paris que o cessar-fogo entre Moscovo e Kiev não é um tema nas discussões que tem mantido com os aliados europeus. “Este é um tema que não estamos a discutir. Não há tréguas nem falámos disso”, disse Volodymyr Zelensky, após uma reunião com o homólogo francês, Emmanuel Macron, aproveitando para pedir um aumento da ajuda financeira e militar. “Antes do inverno, precisamos do vosso apoio”, explicou o chefe de Estado ucraniano, referindo-se ao auxílio dos países ocidentais.
O primeiro-ministro britânico defendeu ser importante ajudar a Ucrânia nas próximas semanas ao ter sido informado em Londres pelo Presidente ucraniano do “plano de vitória” de Kiev. Keir Starmer agradeceu a Zelensky, num comunicado emitido após o encontro, por se ter deslocado para apresentar o plano e sublinhou “o firme empenho do Reino Unido numa Ucrânia soberana”. “Olhando para o inverno e para os desafios que este vai trazer, ambos concordaram com a necessidade de assegurar que a Ucrânia se encontre na melhor posição possível”, acrescenta.
Starmer e Zelensky também estiveram reunidos com o novo secretário-geral da NATO, que referiu que “cabe aos aliados decidir como podem ser utilizadas as armas que entregam à Ucrânia”. Mark Rutte disse que “legalmente” Kiev pode usar as armas para atingir alvos na Rússia “se esses alvos representarem uma ameaça para a Ucrânia”, mas frisou que “no final, a decisão cabe a cada um dos aliados” individualmente.
Outras notícias do dia:
⇒ O Kiel Institute alertou para uma possível quebra na ajuda ocidental à Ucrânia, caso Donald Trump regresse à Casa Branca e a Alemanha faça cortes. “A partir do próximo ano, a Ucrânia poderá enfrentar um grande défice de ajuda”, nota o instituto alemão que reúne e documenta a ajuda militar, financeira e humanitária prometida e entregue à Ucrânia desde o início da invasão russa. O possível regresso de Trump à presidência dos Estados Unidos “pode bloquear os futuros planos de ajuda no Congresso”, advertiu, notando que “a Alemanha anunciou recentemente que ia reduzir a dotação orçamental em 50%” e “outros doadores europeus podiam seguir o exemplo”.
⇒ O ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, afirmou na Rússia que a Hungria vai continuar a importar gás russo, apesar da “pressão política” do Ocidente para Budapeste reduzir os laços com Moscovo. O chefe da diplomacia húngara participou no Fórum Internacional do Gás em São Petersburgo, um dia depois de a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ter criticado o Governo do país por não se afastar das fontes de energia russas.
⇒ O exército russo reivindicou ter atingido dois lançadores de sistemas antiaéreos americanos Patriot na Ucrânia, enquanto Kiev confirmou um ataque a esta arma eficaz e dispendiosa, desdramatizando os danos sofridos. A Ucrânia possui vários sistemas Patriot fornecidos pelos aliados ocidentais e utiliza-os para combater os bombardeamentos russos diários.
⇒ O exército ucraniano anunciou ter atingido um depósito de munições durante a noite num aeródromo na região russa de Adygeya, no Cáucaso do Norte, a cerca de 450 quilómetros da linha da frente no leste da Ucrânia. As forças armadas ainda estão a avaliar os danos causados pelo incêndio que deflagrou nas instalações. Cerca de 57 aviões de combate e de treino e helicópteros russos estavam estacionados no local.
⇒ O Ministério da Defesa da Rússia reclamou a destruição de 92 drones ucranianos sobre seis regiões russas e o território anexado da península da Crimeia. De acordo com os militares russos, 47 aparelhos aéreos não tripulados foram abatidos sobre a região meridional de Krasnodar, próxima da Ucrânia.
⇒ Engenheiros militares norte-coreanos foram destacados para ajudar a Rússia a atingir a Ucrânia com mísseis balísticos e combatentes que operam nas zonas ocupadas do país foram mortos, indicaram fontes de Kiev e Seul ao diário britânico “The Guardian”. Segundo responsáveis sul-coreanos e ucranianos, entre as vítimas mortais de um ataque ucraniano com mísseis em território ocupado pela Rússia, perto de Donetsk, contam-se norte-coreanos.
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