O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu esta sexta-feira uma investigação completa sobre as circunstâncias da queda de um avião da Azerbaijan Airlines no Cazaquistão, afirmando que vê responsabilidade "óbvia" da Rússia nesta tragédia.
"Toda a vida humana é preciosa e toda a perda de vida merece uma investigação completa para estabelecer a verdade", declarou Zelensky na rede X.
O Presidente ucraniano pediu pressão internacional para esclarecer as circunstâncias da queda do aparelho, ocorrida na quarta-feira no Cazaquistão, depois de recordar o abate do avião MH17 da Malaysia Airlines, em 2014, sobre a região ucraniana de Donetsk, por forças pró-Rússia separatistas.
"Podemos ver como as provas visuais claras no ponto de impacto apontam para a responsabilidade russa pela tragédia", disse Zelensky, transmitindo as suas condolências ao povo do Azerbaijão pela morte de 38 pessoas, incluindo tripulantes e passageiros. "Se a Rússia decidir espalhar mentiras da mesma forma que fez com o caso MH17, precisaremos de consolidar toda a pressão internacional sobre Moscovo para estabelecer a verdade e garantir a responsabilização", sublinhou.
Ucrânia e EUA desconfiam da Rússia
Anteriormente, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiga, argumentou que Moscovo obrigou o avião - que tinha como destino a capital chechena de Grozny, na Federação Russa - a atravessar o Mar Cáspio em direção ao Azerbaijão "para esconder as provas do seu crime".
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, também afirmou que existem "indicações preliminares" de que o avião da Azerbaijan Airlines pode ter sido abatido pelas forças russas.
Apesar de reconhecer estes primeiros indícios, Kirby não quis adiantar mais pormenores e insistiu que se deve esperar que a investigação se desenvolva corretamente.
A Azerbaijan Airlines revelou esta sexta-feira que o avião sofreu "interferência física e técnica externa", citando os resultados preliminares da investigação ao desastre.
O ministro dos Transportes do Azerbaijão, Rashad Nabiyev, confirmou aos meios de comunicação social do seu país que "as conclusões preliminares dos peritos apontam para um impacto externo", tal como os depoimentos de testemunhas.
"O tipo de arma utilizada no impacto será determinado durante a investigação", disse Nabiyev.
A autoridade da aviação russa reconheceu hoje que drones ucranianos realizaram um ataque contra duas cidades da Chechénia, incluindo Grozny, e decidiu aplicar um "plano de contingência" na zona que coincidiu com o voo do avião que mais tarde se despenhou.
A maioria dos mortos era azeri, embora também houvesse russos e cazaques, segundo a agência de notícias Kazinform.