O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky sublinhou hoje que pretende "uma resposta clara" da Rússia à sua proposta de uma nova trégua, de 30 dias, nos ataques de drones e mísseis contra infraestruturas civis.

"A Ucrânia mantém a sua proposta de não atacar as infraestruturas civis. E esperamos uma resposta clara de Moscovo. Estamos prontos para qualquer discussão sobre como o conseguir", frisou Zelensky, durante o seu vídeo diário, depois de Moscovo ter anunciado que está a analisar a proposta.

Para o chefe de Estado ucraniano, um "cessar-fogo, real e duradouro, deve ser o primeiro passo para uma paz segura e duradoura".

"Os representantes ucranianos - tanto nas reuniões realizadas em Paris como nas reuniões agendadas para esta semana em Londres - terão como tarefa principal um cessar-fogo incondicional. Esse deve ser o ponto de partida. A paz começa no silêncio", frisou.

Zelensky salientou que durante a Páscoa não ocorreram ataques aeres e "alguns setores da linha da frente mantiveram-se silenciosos".

"Isto prova que é possível - é possível quando a Rússia decide reduzir a matança", acrescentou, lembrando que a Rússia "é a fonte" da guerra e que é Moscovo que tem de ditar o cessar-fogo.

O Presidente russo Vladimir Putin garantiu hoje que a Rússia vai analisar a proposta de Zelensky, de uma trégua de 30 dias.

"Tudo isto merece um estudo cuidadoso. Talvez bilateralmente, após diálogo. Não descartamos isso. Portanto, analisaremos tudo isto e tomaremos as decisões apropriadas", afirmou o Presidente russo aos jornalistas.

Ao mesmo tempo, Putin acusou Kiev de esconder alvos militares atrás de infraestruturas civis, após um fim de semana de acusações cruzadas de violações da trégua declarada unilateralmente pelo Presidente russo durante a Páscoa e aceite pela Ucrânia.

O Presidente russo fez estas declarações hoje à imprensa local, sublinhando que se registou uma diminuição da atividade militar ucraniana durante a trégua.

Após o fim da frágil trégua de 30 horas, a Rússia retomou hoje os ataques aéreos, segundo as autoridades militares russas e ucranianas.

A trégua pascal e a proposta de Zelensky seguem-se a declarações do Presidente norte-americano, Donald Trump, na sexta-feira, sugerindo que, se não houver progressos nas negociações indiretas com Moscovo e Kiev numa "questão de dias", Washington poderá abandonar o processo de paz na Ucrânia.

Já no domingo, o líder da Casa Branca disse esperar um acordo "dentro de uma semana" e sugerindo às duas partes que "poderão então fazer bons negócios com os Estados Unidos da América, que estão a crescer, e ganhar uma fortuna".

Questionado sobre estas declarações, Dmitri Peskov comentou apenas que o Kremlin esperava que o diálogo com os representantes norte-americanos produza resultados, mas não deu detalhes sobre eventuais negociações esta semana.