A inesperada encerramento da Stewart-Haas Racing (SHR) em 2024 enviou ondas de choque pela comunidade da NASCAR, deixando centenas de funcionários, fãs e profissionais de corridas atordoados. Para Rodney Childers, o experiente chefe de equipa que ajudou a SHR a alcançar os seus maiores triunfos, o encerramento marcou o fim de uma era e o início de um futuro incerto.

Agora com a Spire Motorsports, Childers começou a reconstruir, mas a dor pela queda da SHR ainda persiste. Refletindo sobre o encerramento da equipa durante uma aparição no The Racing Writer’s Podcast, Childers ofereceu um vislumbre sincero do desgosto e do caos nos bastidores.

Uma família despedaçada: Dentro dos últimos dias da SHR

A Stewart-Haas Racing, outrora uma potência na NASCAR, fechou as suas portas após não conseguir garantir os patrocínios necessários para se manter à tona. Para Childers, que passou 11 anos na SHR e celebrou um campeonato da Cup Series com Kevin Harvick em 2014, o anúncio foi devastador.

“A parte da SHR foi difícil para todos, realmente,” disse Childers. “Estar lá durante 11 anos e vencer tantas corridas com o Kevin, apenas para conseguir aceitar que o lugar estava a fechar, foi extremamente difícil. Ao longo dos anos, conheces mais de 300 pessoas—elas tornam-se família, tornam-se amigos. Houve muitas lágrimas na segunda metade do ano.”

A clausura apanhou muitos de surpresa, incluindo Childers, que admitiu que antecipava uma redução menor, mas nunca um encerramento completo. “Eu esperava talvez perder uma equipa na SHR. Nunca esperei perder todas,” partilhou numa tweet em julho passado.

A temporada de despedida de Kevin Harvick e a desintegração da SHR

A clausura coincidiu com a última temporada de Kevin Harvick em 2023, acrescentando uma camada emocional a um período já difícil. Harvick, uma lenda das corridas e o piloto âncora da SHR, terminou a sua carreira com seis classificações entre os cinco primeiros e 14 entre os dez primeiros, classificando-se em 13º na sua última temporada. A sua aposentadoria deixou um vazio de liderança que apenas agravou os desafios da SHR.

“O Kevin e eu tivemos tantos momentos incríveis juntos, incluindo aquele campeonato de 2014,” disse Childers. “Ver a equipa dissolver-se logo após a sua saída—era como se tudo o que construímos ao longo de uma década estivesse a desaparecer da noite para o dia.”

As consequências e a transição para a Spire Motorsports

Quando a SHR colocou os seus quatro charters à venda, os ativos da organização estavam dispersos pelo panorama da NASCAR. Gene Haas reteve um charter para a sua equipa Haas Factory, enquanto o restante foi para a 23XI Racing, Front Row Motorsports e Trackhouse Racing. Para os 300 funcionários deixados para trás, o encerramento gerou raiva, luto e incerteza.

“Havia 300 pessoas que estavam realmente zangadas,” revelou Childers. “Demorei uma semana a superar isso e a refocar. Esperava ainda ter um lar e poder correr e fazer as coisas que fizemos nos últimos 10 anos e meio. Nunca esperei perder tudo.”

Apesar do choque, Childers encontrou um novo começo na Spire Motorsports, onde assinou um contrato de vários anos como chefe de equipa para Justin Haley e a equipa No. 7. Embora a transição tenha sido desafiadora, Childers está otimista em relação à oportunidade.

“É definitivamente diferente,” admitiu. “Mas estou a começar a ver o potencial aqui. A nova equipa, o novo ambiente—é um recomeço, e estou entusiasmado com o que podemos alcançar juntos.”

A herança da Stewart-Haas Racing

A encerramento da SHR marca o fim de uma das equipas mais icónicas da NASCAR, mas a sua herança perdura. Desde vitórias em campeonatos a momentos inesquecíveis na pista, o impacto da SHR no desporto é inegável. Para Childers e o resto da família SHR, o desafio agora é levar essas lições e memórias para os seus próximos capítulos.

Enquanto Childers se adapta ao seu papel na Spire Motorsports, mantém-se esperançoso em relação ao futuro, enquanto valoriza o passado. “É difícil seguir em frente, mas sou grato pelo tempo que passei na SHR. Agora, trata-se de construir algo novo e aproveitar ao máximo o que está por vir.”