Poucos meses depois de se ter despedido do Sporting, Adán guarda boas memórias de "quatro anos muitos bons em Portugal" e, como já havia explicado em entrevista a Record em junho, partilhou os motivos de não ter renovado contrato com os verdes e brancos.

"Em quatro anos joguei praticamente tudo. O normal seria ter jogado tudo até ao final da época, mas lesionei-me. E havia também a questão contratual, tinha de cumprir uma série de jogos para renovar automaticamente. O clube tinha outro pensamento de apostar em jogadores mais jovens e entendo que também não queriam eu eu fosse de jogar sempre para ficar no banco. Falámos entre todos e decidimos que o melhor era finalizar aquela etapa", disse o guardião, em entrevista ao 'AS', já "totalmente recuperado" da referida lesão muscular na coxa esquerda: "Quando estava em Lisboa já conseguia rematar e fazia treinos no relvado, mas havia alguma limitação porque não era necessário correr riscos".

Em retrospetiva, o espanhol reiterou que teve em 2018 a primeira chance de rumar a Alvalade, porém as "mudanças de presidente e problemas extradesportivos" adiaram a mudança, concretizada em 2020. "Era um projeto novo, o presidente [Frederico Varandas] estava lá há ano e meio, o treinador [Rúben Amorim] era um tipo jovem que queira mudar aquilo. A minha dúvida é que estava lá o [Luís] Maximiano, que hoje está no Granada, que era a aposta. Mas desde o primeiro dia confiaram muito em mim e podia ter jogado noutro clube em Espanha, mas queria uma equipa, mesmo que fosse no estrangeiro, que tivesse a ambição de ganhar títulos e de competir na Europa. Acertei, porque o que conseguimos naquele primeiro ano foi espetacular. Não só o título nacional, também as taças. Fui eleito o melhor guarda-redes do campeonato. Ia para dois anos e acabei por ficar quatro", apontou.

Ainda sobre a experiência nos campeões nacionais, Adán particulariza Rúben Amorim como o treinador que mais o marcou na carreira "devido aos títulos"; e Porro, que depois de um "crescimento espetacular em Portugal" tem como "seguinte passo chegar ao Real Madrid".

De olho no que aí vem, aos 37 anos, o experiente guarda-redes não nega a possibilidade de ingressar num clube para ser suplente, contudo admite que a prioridade é "jogar". "Suplente? Se fosse um clube grande, onde possa ganhar títulos, não descarto. Mas, obviamente, o que quero é continuar a jogar. Fiz quatro anos muito bons em Portugal, competi na Europa no ano passado, por isso não tenho essa sensação de não jogar e ter que conformar-me com qualquer coisa. Espero que haja condições para encontrar um sítio onde possa jogar", rematou.