Estreia de pesadelo para o interino José Tavares, numa espécie de FC Porto 1.5, enquanto Martín Anselmi não é oficializado. O FC Porto perdeu na receção ao Olympiacos (0-1) e vê a vida europeia cada vez mais complicada.
Anselmi terá muito trabalho pela frente... O FC Porto está longe de ser uma equipa e longe de estar emocionalmente estável: muitas falhas de concentração, futebol lento/previsível e uma relação difícil com a bancada exigente do Dragão.
Com este resultado, os dragões seguem com oito pontos (20º lugar, sob forma provisória), enquanto o emblema grego salta para a 11ª posição (12 pontos).
Em relação ao jogo, José Tavares mudou quatro peças em relação à trágica noite de Barcelos, uma em cada setor: na linha defensiva, Tiago Djaló saltou para substituir Otávio, no meio campo Alan Varela e Mora deram o lugar a Eustáquio e Namaso, respetivamente, enquanto - por fim - Pepê (um dos casos mais 'bicudos' do plantel) regressou ao 11.
Sem balizas
Primeiros 45 minutos praticamente sem balizas. O FC Porto apresentou-se seguro com bola, a quebrar a primeira linha de pressão do Olympiacos com alguma facilidade, mas com as mesmas dificuldades de sempre na hora de tomar uma decisão perto da baliza. Aí, claros sinais de insegurança (natural também dado aos recentes desempenhos).
Alan Varela regressou à titularidade - não era titular desde o último jogo da Liga Europa - e foi dos mais esclarecidos em campo: comunicou na perfeição com Nico González e não se escondeu dos duelos, onde também se mostrou dos mais perspicazes e agressivos do lado portista.
Ainda assim, a exibição tranquila não conferiu grandes oportunidades, com exceção ao lance do minuto 41. Na sequência de um pontapé de canto (o único canto da primeira parte!), Galeno desviou, Samu - ao segundo poste - colocou a bola em zona aflitiva e Nehuén Pérez viu Tzolakis antecipar-se de forma incrível. O único lance de realce no primeiro tempo.
Apesar de tudo, de sublinhar a tranquilidade portista perante o Olympiacos que, sem Kaabi muito interventivo, praticamente não existiu. Segunda parte tinha tudo para ser melhor do que a primeira.
Mais do mesmo
Mas não foi. Mais do mesmo no Estádio do Dragão. Poucas oportunidades, futebol longe de ser o mais vistoso - muito lento, pouco intenso e sem magia - e guardiões sem muito trabalho: Diogo Costa e Kostas Tzolakis jogaram com os pés durante praticamente os 90 minutos.
No meio da monotonia, Rodrigo Mora e Gonçalo Borges - entrou aos 59' para substituir Pepê, que saiu sob muitos assobios - eram dos que mais procuravam agitar, mas faltou sempre algo a este FC Porto. Ou a bola ia demasiado curta, ou demasiado longa, ou demasiado lento, ou demasiado rápido: tudo saiu mal.
Do lado visitante, apesar da exibição pobre, houve emoção, um grupo de jogadores esclarecidos do que tinham de fazer em campo e, claro, alguma felicidade. Numa transição do Olympiacos, Zé Pedro - entrou para o lugar de João Mário na lateral direita - e Pérez atrapalharam-se (abordagem péssima do argentino, uma vez que Zé Pedro tinha o lance controlado), Mouzakitis aproveitou e assistiu Ayoub Kaabi que, com um remate rasteiro e sem hipóteses, fez o 0-1.
Até final, José Tavares lançou Namaso e Gül, mas pouco adiantou. Os dragões voltaram a mostrar a impotência dos últimos jogos e não conseguiram fugir à quarta derrota seguida.