
Depois da vitória em Rio Maior (0-1), o FC Porto volta ao Dragão, onde recebe, esta sexta-feira, o Famalicão, em jogo a contar para a 30ª jornada do campeonato. Martín Anselmi, treinador dos dragões, fez a antevisão da partida e foi vocal sobre o desenvolvimento do jovem Rodrigo Mora, que tem vindo a crescer ao nível de importância na equipa.
Antevisão: «Creio que é uma equipa que vem fazendo as coisas bem, têm um bom jogo ofensivo e usam muito as alas, com dois extremos e dois laterais, que atacam bem a área, no momento de cruzar. Há que estar atentos quando a bola entra na área, porque carregam bem e podem ser perigosos aí. Tentaremos fazer o nosso jogo e controlar a bola, porque assim teremos de defender menos. Estamos em casa, teremos de recuperar rápido, para não permitir transições. Jogar com intensidade será importante»
Samu: «Foi uma semana especial, porque preferimos preservar o primeiro dia para ver como vinha desse golpe. Não o permitiu treinar com normalidade alguns dias e só no final da semana treinou com a equipa. Estará disponível para jogar. Só amanhã saberemos se está a 100 por cento, mas está disponível para ir a jogo.»
William Gomes: «Não vai ser convocado, ainda está a recuperar»
Espírito da equipa: «Os resultados são temporais. Cada ação num jogo tem um resultado, desde um corte a um passe errado. A partir daí, entendendo que o resultado é temporal, o desportista profissional não pode estar dependente da sua forma de treinar ou viver o desporto e desenvolver/encarar uma semana, através de um resultado. Se não, quando se ganha vamos ter uma grande semana de treinos e quando se perde vamos todos treinar muito mal. A semana de treino não depende do resultado. Temos sempre de trabalhar ao máximo, independentemente do resultado. Quero sempre semanas maravilhosas, com todos focados ao máximo no treino. Isso ajudará a ter melhores resultados.»
Rodrigo Mora: «Neste mundo é inevitável que o ruído chegue. Há diferentes tipos de ruídos, há os que confundem mais que outros, há os de coisas boas e os de coisas más. O desportista de elite tem de saber conviver com o ruído. Faz parte. Ninguém nasce a saber conviver com o ruído, mas são inevitáveis e há que saber com eles. É bom ver como cada um convive e assimila esses ruídos, os seus comportamentos. Vejo o mesmo Rodrigo desde o dia que cheguei. Não creio que precise de uma intervenção da minha parte. O meu trabalho é protegê-lo desse ruído, como fiz com outros jogadores similares a ele no passado. É importante que ele mantenha o equilíbrio, com todos os ruídos, e manter-se focado em trabalhar. Quanto mais ele trabalhe, mais ruído haverá»
Trabalho com Rodrigo Mora desde que chegou: «Vejo mais mérito do Rodrigo do que nosso, como equipa técnica. Tem muito aprender, entendemos que é um jogador que tem de ter contacto com a bola constantemente e que, por vezes, tem de entender que precisa de ficar mais na mesma posição. Por vezes, o futebol não se trata de se mover sempre, mas ter uma estrutura e saber quando aparecer. Por exemplo, no jogo passado, com o Casa Pia, sabíamos que tinha de jogar mais entre os médios e não baixasse tanto para ir buscar bola, porque essa paciência ajudaria a servir os colegas. A criatividade que tem, a sua frescura e qualidade é tudo dele. Não intervimos nada. Tem tudo incorporado. Sou o único que espera tanto dele, como dos restantes colegas. No final, ganhamos e perdemos todos, corremos todos. Esse compromisso coletivo é o que mais me interessa. Não é por ele ter marcado um golaço, que valeu uma vitória, que deixará de ser ele. Está a ficar mais maduro, vai encontrar-se mais em campo.»
Peso de jogar no Dragão com a equipa a desenvolver-se: «A nível pessoal, jogar em casa dá sensações distintas, em todos os aspetos. Chegar ao Dragão, encontrar as pessoas, a atmosfera que se vive...prefiro sempre jogar em casa. No final, essas coisas são superficiais, situações que são externas ao que se passa dentro das quatro linhas. Em casa temos a nossa gente, que nos empurra. É lindo jogar com quem nos apoia. Mas a verdade é que quando vamos jogar fora de casa também temos lá a nossa gente a apoiar. Temos a responsabilidade como equipa de transmitir para fora. Quero que o façam, a jogar em casa ou fora.»