António Morgado confirmou as expectativas mais otimistas em 2024, na temporada de estreia no WorldTour, destacando-se como uma das revelações de corredores jovens na primeira fase da época, com resultados destacados nas clássicas flandrianas. No arranque para o segundo ano do português na elite do ciclismo, o diretor desportivo principal da equipa UAE Emirates, Joxean Fernández ‘Matxín’, anuncia-lhe novos desenvolvimentos importantes na carreira.
«O Morgado é impressionantemente versátil. Pode ganhar um contrarrelógio, sprintar e competir com os melhores em subidas íngremes, como fez na Volta ao Algarve. Em 2025, tem simplesmente de se tornar um corredor mais consistente e dar um novo passo no seu processo evolutivo, que poderá passar pela participação, pela primeira vez, numa grande Volta», que deverá ser a Vuelta (23 agosto a 14 de setembro), de acordo com o site belga Sporza.
«O António tem de acreditar ainda mais em si próprio. A confiança que temos nele é infinita. Consideramo-lo um dos ciclistas mais importantes da nossa equipa para o futuro», sublinha Matxín.
O português da UAE Emirates arrancou o ano com duas corridas por etapas, o Tour Down Under, na Austrália - onde quem começou por se evidenciar foi o também muito jovem companheiro de equipa e também estreante no escalão mais alto do ciclismo, o mexicano Isaac del Toro - e a Volta ao Algarve, conquistando a classificação de melhor jovem e a 10.ª posição na geral, como o mais bem classificado da formação dos Emirados, e de permeio com um bastante positivo 15.º lugar na Clássica da Figueira.
Em seguida, a UAE Emirates submeteu António Morgado a um autêntico curso intensivo de clássicas belgas de empedrado e o corredor, de 20 anos, respondeu a preceito: 25.º na Omloop Het Nieuwsblad, 48.º na Kuurne-Bruxelas-Kuurne, antes de um espantoso 2.º lugar na Le Samny.
Depois deste brilharete, Morgado não conteve o desabafo. «Não gosto deste tipo de corridas. São todas planas e também não gosto de empedrados». A resposta dos dirigentes da UAE Emirates às queixas do português foi mandá-lo para mais e mais prestigiadas clássicas do Norte, incluindo o Grande Pémio de Denain (14.º), a Brugge-De Panne (53.º), E3 Saxo Classic (74.º), Gent-Welvelgem (33.º) e até o seu primeiro monumento, Volta a Flandres, onde correspondeu com espantoso e muito elogiado quinto lugar.
«Agora já gosto um pouco mais das clássicas belgas. Descobri o ano passado que prefiro corridas grandes e longas, como Gent-Wevelgem e a Volta a Flandres"», declarou o Zorro, como é alcunhado no pelotão, em recente entrevista ao Sporza.
«Sei que, devido à minha compleição física, não conseguirei nunca vencer uma grande Volta. Mas tentarei sempre tornar-me um trepador melhor durante a minha carreira. Se continuar a melhorar e a ter boas pernas, talvez um dia consiga ser um bom trepador», revela António Morgado, que fechou a primeira parte da temporada de 2024 com um segundo monumento, Paris-Roubaix (87.º), a La Flèche Barbançonne (21.º) e a vitória no Giro della Romagna.