Vencer e passar de mão a lanterna vermelha da Liga é o foco único do Arouca para o confronto com o Boavista, no Bessa, agendado para as 20h30 de sábado. Um duelo entre lobos e panteras que nesta altura partilham o fundo da tabela classificativa, mercê do mesmo número de pontos (12) e até do igual número de golos apontados no campeonato - apenas 10.

Começar bem o novo ano e sair da crise de resultados está na mente do grupo conduzido por Vasco Seabra, que regressa a uma casa onde já trabalhou (2020/2021) e que mantém uma atitude otimista quando aos progressos da equipa frente a um adversário reconhecido como altamente competitivo no seu reduto.

«É um regresso a um lugar onde já estivemos, mas mais importante do que isso é o jogo. O Estádio do Bessa é um estádio onde os adeptos têm uma influência muito grande no jogo. Sabemos que vai ser um jogo difícil frente a uma equipa muito agressiva, muito aguerrida e muito competitiva», começou por referir o treinador na antevisão ao encontro, o último da primeira volta da Liga.

«Naquela casa não pode haver falta de dedicação e de esforço. O Boavista joga sempre de forma muito intensa e os problemas normalmente ficam fora da competição. O Boavista ganhou nos terrenos do Casa Pia e do Gil Vicente, que eram duas equipas difíceis. É um adversário que tem bons valores individuais e que tem armas para poder competir. Sabemos que o Boavista vai dar a vida, vai lutar muito pelo jogo e nós sentimos que teremos de estar na nossa melhor versão, trabalhando e estando focados no nosso processo para conseguirmos desbloquear aquilo que é a força do Boavista», acrescentou.

Vasco Seabra detalhou ainda mais o poder competitivo do adversário e a estratégia mental para o superar.

«Temos de olhar muito para nós, para aquilo que devemos fazer. Temos de estar ao nosso melhor nível, com capacidade agressiva, tanto defensiva como ofensivamente. Duelos, contactos, primeira e segunda bola, lances de bola parada são situações em que o Boavista é muito forte. Ofensivamente temos de ter discernimento para criar oportunidades de golo e naturalmente concretizá-las. É um jogo que queremos vencer, conquistar pontos para nos sentirmos mais fortes. É com uma mentalidade competitiva e com vontade de vencer que entraremos neste e em todos os jogos.»

Face ao modesto registo de golos apontados na Liga (10), que em grande parte explica a delicada posição da equipa na classificação, Vasco Seabra confia que dias mais produtivos virão.

«É um facto que temos poucos golos marcados, mas sinto que não é um problema dos avançados. É uma necessidade coletiva de nós conseguirmos criar ainda mais condições para que os nossos avançados consigam finalizar. No último jogo [com o Gil Vicente, 1-1] o Yalcin entrou bem e fez golo, o Marozau não marcou, mas teve duas oportunidades travadas por grandes defesas do guarda-redes. Os nossos avançados estão a batalhar para que as oportunidades lhes apareçam e para que as coisas surjam com naturalidade», defendeu.

«Quando acabamos por estar mais ansiosos com o facto de queremos marcar golos, porque o golo pode dar-nos vitórias e desafogo na classificação, no momento do último passe ou no momento da finalização essa ansiedade joga um bocadinho contra nós. É uma fase que estamos a passar, mas quando sairmos dela a equipa vai estabilizar e vai sentir-se cada vez mais confiante. Confiamos nos jogadores e os jogadores acreditam no processo. É uma questão de sermos resilientes e de persistir, arriscando mais vezes para que o número de probabilidades para marcar suba também», sublinhou ainda. 

O reforço da equipa e, nomeadamente do setor ofensivo, está já na estratégia do clube, que, nos últimos dias, oficializou também um conjunto de rescisões [Thiago Rodrigues, Quaresma e Vitinho], assuntos que Vasco Seabra abordou com naturalidade.

«Relativamente ao mercado, vão haver alguns ajustes. Pessoalmente gosto de plantéis curtos para que todos possam ter melhores condições de competir por um lugar. Temos tido um plantel extenso, há jogadores excedentários para determinadas posições. Estamos sempre abertos a oportunidades no mercado que nos permitam acrescentar valor e competitividade ao plantel, mas sem fazer revoluções. Quem vier terá de ser para acrescentar», explicou, recordando ainda aquilo que é a exigência do clube.

«Quando alguém entra no Arouca sabe que é para andarmos sempre nos 100, no limite máximo, darmos o melhor de nós. Andar nos 200, isso não existe. Todas as semanas temos de nos ir desafiando para conseguirmos vitórias», reiterou.

Apenas sem o central Galovic e o médio Pedro Moreira, ambos lesionados, e apenas com Henrique Araújo em dúvida (o avançado falhou os jogos anteriores, com Casa e Gil Vicente), será um Arouca quase na máxima força que se apresentará no Estádio do Bessa.