
Se o mercado de verão é um período de entusiasmo, os meses seguintes ao seu fecho acabam, em certos casos, por ser um completo balde de água fria que desmancha a cortina de ilusão formada com o sol de agosto. Algo não muito desejado quando se criam expectativas relativamente aos jogadores que acabam de chegar à Liga Portugal.
Neste sentido, numa altura em que a época vai sensivelmente a meio, é altura de avaliar as transferências feitas no último verão e perceber quais foram as piores contratações das equipas portuguesas em 2024.
5.

João Marques (SC Braga) – Proveniente do Estoril Praia, onde brilhou no último par de épocas como sénior, o Braga decidiu investir 3.5 milhões de euros no internacional jovem por Portugal, de 22 anos, que se apresentava como um projeto de sucesso para o futuro.
Ainda assim, a verdade é que, até ao momento, o médio ofensivo realizou apenas seis jogos pelos bracarenses, revelando-se como um completo investimento desperdiçado, tendo em conta a realidade financeira dos minhotos.
Um problema que não vem necessariamente do jogador, pois esse apresenta qualidade, mas sim no que diz respeito à gestão do mesmo, que não tem oportunidades para demonstrar o seu valor, mesmo tendo sido um investimento relativamente dispendioso. Tal como ele, também Rafik Guitane sofre do mesmo problema nos guerreiros do Minho.
4.

Vangelis Pavlidis (SL Benfica) – Depois de um início verdadeiramente fascinante com a camisola das águias na pré-temporada, Pavlidis não conseguiu transpor o futebol apresentado no período inicial da mesma forma no continuar da época em Portugal.
Uma contratação que no papel se apresentava como um negócio excelente, visto que os encarnados haviam contratado um avançado que tinha acabado de marcar 33 golos na última época por um valor abaixo daquele que o mercado apontava. No entanto, o grego tem ficado algo aquém das expectativas.
Com isto, não quer dizer que o avançado não venha ainda a ter sucesso no clube da Luz, contudo, é um facto que o seu rendimento não é exatamente aquele que se esperava tendo em conta a situação em que as águias se encontravam no que diz respeito aos investimentos na posição mais avançada no terreno. Uma gestão algo duvidosa, visto que entre Arthur Cabral, Casper Tengstedt, Marcos Leonardo e Pavlidis, o Benfica fez investimentos que carecem de um rendimento desportivo equivalente às despesas milionárias apresentadas.
Com sete golos em 24 jogos, Pavlidis não se encontra no patamar desejado para ser o ponta-de-lança de referência que o Benfica tanto procura e necessita.
3.

Fábio Vieira (FC Porto) – Saído da invicta como uma estrela em ascensão, em 2022, Fábio Vieira regressou a Portugal dois anos depois para voltar a brilhar da maneira desejada, mas o Porto não tem sido o palco em que o médio outrora se destacou.
Chegado num período em que os dragões anunciaram duas transferências de forma repentina, a par de Samu, elevaram-se as expectativas em relação àquilo que o produto da casa poderia voltar a fazer no seu retorno, mas a verdade é que tem sido uma completa desilusão. Com apenas quatro envergonhadas contribuições para golo em 17 jogos, o protagonismo esperado recaiu noutras personagens e, se assim continuar, o cenário não vai melhorar.
Numa semana em que ficou de fora por opção técnica do treinador e que Rodrigo Mora aproveitou para espalhar magia novamente, Fábio Vieira encontra-se agora numa situação complicada que, neste momento, o coloca nesta lista.
2.

Bright Arrey-Mbi (SC Braga) – Com escola no Chelsea e Bayern Munique, Arrey-Mbi chegou a Portugal e ao Braga a troco de uns incríveis 6,5 milhões de euros e não tem conseguido fazer render esse valor.
Presente em apenas 17 dos 30 jogos realizados pelo Braga esta temporada, já conta três cartões amarelos e um vermelho numa defesa que carece de um líder e não tem no alemão a figura que se desejava.
Tal como outras contratações feitas pelos minhotos, Mbi não apresenta o nível exigido, no entanto, o defesa, ao contrário de outros casos, foi bastante dispendioso para o Braga.
1.

Vladan Kovacevic (Sporting) – Contratado com o propósito de substituir Adán e assumir a baliza do Sporting, Kovacevic viu a titularidade fugir por duas vezes quando se apresentava como a primeira opção nos planos leoninos.
Ele que tinha sido apontado ao Benfica anteriormente, acabou mesmo por chegar a Alvalade por uma verba a rondar os cinco milhões de euros, mas colocou prontamente os leões numa posição de arrependimento. Presente em três das cinco derrotas dos leões esta temporada, o bósnio viu Israel assumir-se como dono e guardião da baliza verde e branca, mesmo depois de ter uma oportunidade de se redimir.
Uma contratação que não correu de todo como planeado e que se apresenta como a pior do verão de 2024 em Portugal.