BRUXELAS – Quem melhor do que um adepto do Anderlecht para nos dar umas dicas sobre o adversário do FC Porto na 5.ª jornada da Liga Europa? Mas este não é um adepto qualquer: Bart Pawels é tio de Zeno Debast, central do Sporting que se notabilizou justamente no Anderlecht, onde continua a ser idolatrado pelos adeptos.
Bart Pawels foi antigo guarda-redes, mas pendurou cedo as luvas para se tornar um apoio fundamental do defesa e do seu irmão mais novo, Milan Debats, que joga nos sub-15 do Anderlecht. «Este ano estou bem mais atento ao Sporting que ao Anderlecht», atira, entre risos. Percebe-se porquê, há um orgulho indisfarçável de tio e a preocupação de não falhar um único dia da vida do jovem em Lisboa.
Desde setembro, com a promoção de David Hubert, ex-treinador dos juniores, a técnico principal, o Anderlecht tem mostrado melhorias significativas. Bart Pawels desvenda a A BOLA alguns segredos sobre o conjunto belga, a começar pelo impacto dessa alteração.
Sem mexer muito no sistema, o novo treinador trouxe renovada chama à equipa e novos ventos começaram a soprar no Anderlecht
«Sem mexer muito no sistema, trouxe renovada chama à equipa e novos ventos começaram a soprar no Anderlecht. Muitos jogadores, como o Dolberg, cresceram imenso com ele», indica. Sob a sua liderança, a equipa ganhou três jogos na Liga Europa, incluindo uma vitória fora contra a Real Sociedad (1-2), e empatou outro frente ao Riga FC (1-1). No campeonato, o Anderlecht destaca-se pelo futebol ofensivo, com 15 golos marcados nos últimos três jogos.
Entre os jogadores em alta está Kasper Dolberg, avançado dinamarquês formado no Ajax. «Dolberg está a um nível muito forte, se estivesse assim na época passada o Anderlecht teria ido mais longe», garante. Formado no Ajax, Dolberg tem tido uma carreira com altos e baixos. Em 2019, o Nice pagou ao emblema de Amesterdão € 20,5 milhões pelo goleador, que ainda teve uma primeira temporada razoável no emblema francês, com 11 golos marcados, mas foi perdendo fulgor.
Cedido ao Sevilha, e depois ao Hoffenheim, Dolberg baixou dramaticamente de produtividade, mas renasceu das cinzas no Anderlecht, especialmente esta época. Leva 14 golos marcados em 21 partidas, embora apenas um na Liga Europa.
Outro nome a ter em atenção é Mario Stroeykens, médio ofensivo de 20 anos. Pawels descreve-o como uma peça-chave da equipa, com grande confiança e liberdade em campo, contribuindo decisivamente para o crescimento coletivo. «Mario Stroeeykens é uma unidade definidora do jogo da equipa. Tem muita confiança, goza de grande liberdade no relvado e dá passos decisivos para crescer na equipa e com a equipa», resume. Dois nomes a reter. «Cuidado com eles», recomenda Bart Pawels, que vê o Anderlecht «confiante e forte.»