O Banco Central Europeu (BCE) cortou esta quinta-feira as taxas de juro de referência da zona Euro para 2,25 por cento, uma descida de 25 pontos base, ou 0,25 pontos percentuais.

A decisão era esperada e surge como resposta à incerteza nos mercados provocada pelo anúncio da imposição de elevadas tarifas comerciais nos Estados Unidos, entretanto adiadas por Donald Trump por 90 dias.

«O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) decidiu hoje reduzir as três taxas de juro diretoras do BCE em 25 pontos base. Em particular, a decisão de reduzir a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de depósito – a taxa através da qual o Conselho do BCE define a orientação da política monetária – baseia‑se na avaliação atualizada do Conselho do BCE das perspetivas de inflação, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária», explica o BCE em comunicado.

«O processo desinflacionista está bem encaminhado. A inflação continuou a evoluir em consonância com as expectativas dos nossos especialistas, tendo tanto a inflação global como a inflação subjacente descido em março. A inflação dos preços dos serviços também abrandou consideravelmente nos últimos meses. A maioria das medidas da inflação subjacente sugere que a inflação estabilizará, numa base sustentada, em torno do objetivo de médio prazo de 2% do Conselho do BCE. O crescimento dos salários regista uma moderação e os lucros estão a atenuar, em parte, o impacto do crescimento ainda elevado dos salários na inflação. A economia da área do euro tem vindo a reforçar a sua resiliência a choques mundiais, mas as perspetivas de crescimento deterioraram‑se devido às crescentes tensões comerciais. É provável que a incerteza acrescida reduza a confiança das famílias e das empresas e que a reação adversa e volátil do mercado às tensões comerciais conduza a um aumento da restritividade das condições de financiamento. Estes fatores podem afetar ainda mais as perspetivas económicas para a área do euro.»

Esta foi a sétima descida das taxas de juro decidida pelo BCE desde o máximo histórico de setembro de 2023. A instituição liderada por Christine Lagarde não se compromete com decisões futuras, mas vários especialistas preveem novas quedas no futuro, acreditando que as taxas possam baixar até 1,75 por cento ainda este ano.

A queda, e a perspetiva de novas baixas, vai ter reflexos nos preços dos empréstimos à habitação, cujos juros deverão diminuir nos próximos meses.