Itália e Alemanha voltam a encontrar-se quase três anos depois e, curiosamente, também na Liga das Nações, embora desta vez seja a eliminar e não para a fase de grupos - em que os italianos levaram a melhor em 2022 (1.º contra 3.º), apesar de não terem vencido nenhum dos dois jogos (1-1 e 2-5).

A primeira mão dos quartos de final realiza-se em Milão, no San Siro, e nenhum dos treinadores atribuiu favoritismo, considerando que é uma eliminatória 50/50, mas Spalletti alertou para as dificuldades sem bola. «O que se consegue fazer em jogos como este tem mais peso do que noutros desafios. Haverá momentos em que vamos sofrer, haverá muita gente dentro da nossa área de grande penalidade. Não devemos dar-lhes a oportunidade de jogar em campo aberto, devemos ser capazes de escolher os momentos em que concedemos a bola», começou por dizer, em conferência de imprensa.

O selecionador italiano ainda elogiou o seu adversário. «Se virmos uma equipa de Nagelsmann a jogar, é fácil identificá-lo como um treinador moderno: a sua Alemanha é uma equipa completa como proposta de futebol, muito ofensiva, que se assemelha aos jogadores que ele tem», afirmou, revelando que Retegui é uma baixa para o primeiro jogo, sendo que Zaccagni e Cambiaso estão em dúvida. Kean e Raspadori são as opções para o centro do ataque.

«Para já, não vou chamar ninguém. Vamos ver como corre o dia de amanhã, depois avaliaremos se escolhemos um primeiro avançado ou um segundo avançado. Se precisar de um primeiro avançado, chamo Piccoli, se precisar de um segundo avançado, chamo Baldanzi», explicou, passando a palavra a Calafiori, o jogador eleito para falar aos jornalistas.

O defesa do Arsenal afirmou que esta partida também é importante para ver em que ponto a sua equipa está, comparativamente com outras grandes seleções: «Este nunca será um jogo como os outros, queremos ganhar este importante teste para passar. O que é que os alemães sofrem com a Itália? Demasiadas coisas mudaram ao longo dos anos. Não sei mesmo dizer. Talvez eles sempre tenham tido um pouco de arrogância, esse sentimento de superioridade, e talvez nós os tenhamos trazido de volta à terra. Mas cada jogo é diferente. Mantemo-nos humildes e concentramo-nos em dar o nosso melhor.»

Já Nagelsmann, surpreendentemente, não apontou à vitória, mas sim a um resultado que permita conseguir o apuramento na segunda mão. «É importante que todos os jogadores saibam o que têm de fazer. Será muito difícil ter sucesso amanhã. É importante defender bem e ter uma boa combinação entre defesa e ataque. Nalguns jogos, não foi esse o caso, e é esse o nosso plano para amanhã. E vamos tentar fazer o mesmo no domingo em Dortmund», disse, comparando o futebol nos dois países.

«Não diria que o futebol alemão é mais moderno do que o italiano. Não é uma questão de idade, mas sim da ligação que se tem com os jogadores. Estou certo de que, no futuro, os jovens treinadores também terão uma oportunidade na Serie A», explicou.

O ex-Bayern ainda revelou que Kimmich vai continuar a ser o lateral-direito da seleção, tal como aconteceu no Euro, e que Baumann deve ser novamente titular na baliza, em detrimento de Nubel, após a lesão de Ter Stegen e a reforma de Neuer. De qualquer das maneiras, vão ser dois grandes jogos de futebol.