"Queremos dar a melhor resposta possível, obviamente. Dissecámos o último resultado [derrota por 3-0 com a Roma, na Liga Europa, na quinta-feira], a exibição, o que falhou e o que podíamos ter feito melhor, mas é passado e estamos virados para o futuro", disse o treinador na conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Famalicão.
Niakaté e Bruma ficaram de fora do jogo com a Roma e o treinador assumiu hoje que houve uma altercação entre ambos no treino da véspera, mas estão os dois convocados para segunda-feira.
"Não adianta esconder, houve qualquer coisa, por isso não foram convocados, estou aqui para garantir a disciplina do Braga e o seu bom nome. Mas, não foi nada de muito grave, todos os anos acontece isto, lembro-me de na outra passagem houve uma situação entre o Tormena e o Fabiano. São homens, isto acontece", disse.
O treinador confessou sentir ter nas mãos "um trabalho muito difícil" e considerou a dinâmica de grupo "mais difícil da carreira".
"Há imaturidade dentro do campo e social também, uma imaturidade em relação à grandeza do Sporting de Braga e na relação entre os jogadores, no comportamento dentro de campo que não são aceitáveis e que depois custam pontos", disse.
Carlos Carvalhal considerou mesmo que "em relação à dinâmica de grupo é o desafio mais difícil da carreira: e já sou treinador desde os 32 anos".
"Disse isso aos jogadores e a reação dos jogadores hoje foi espetacular e espero que seja a pedra de toque para começar uma caminhada que vai ser muito importante porque vamos decidir muitas coisas. E este grupo, nos momentos de decisão, deu uma reposta, quando era preciso ganhar, ganharam. Há coisas para limar, é uma situação nada fácil, mas nós vamos conseguir", disse.
A exibição na capital italiana mereceu reparos públicos do presidente 'arsenalista', António Salvador, ainda no estádio Olímpico da capital italiana: "Foi uma imagem pálida daquilo que é o Sporting de Braga, e noutros jogos também já tem acontecido", apontou o responsável, criticando o "jogo sem intensidade nenhuma e sem compromisso" da equipa e exigindo uma rápida mudança.
Carlos Carvalhal disse que a equipa quer "muito responder" a essas afirmações, e questionado sobre se isso significa que os jogadores se sentiram injustiçados, respondeu: "não há divergências: o presidente quer vencer, nós queremos vencer e os adeptos querem vencer e agora é falar dentro do campo contra uma equipa boa".
O técnico disse ter sido sondado pelo Al Shabab, da Arábia Saudita, mas nem quis ouvir a proposta porque está "de corpo e alma no Sporting de Braga: o meu compromisso com o presidente é ficar até ao final do contrato, que é de dois anos".
Se jogar segunda-feira, Ricardo Horta compre o jogo 400 pelos bracarenses e Carlos Carvalhal deixou elogios ao 'capitão': "é um jogador absolutamente fantástico, com uma personalidade fantástica, nota 10 em tudo ao Ricardo. Espero que faça mais 400 jogos pelo Braga e que volte com a veia goleadora".
O Famalicão, que empatou 1-1 na última jornada com o FC Porto, em casa, mas só conta com uma vitória nos últimos seis jogos (um deles na Taça de Portugal, que ditou o seu afastamento da prova, diante do Santa Clara), vai estrear em Braga o novo treinador, Hugo Oliveira.
Sporting de Braga, quinto classificado, com 24 pontos, e Famalicão, oitavo, com 18, defrontam-se a partir das 18:45 de segunda-feira, no Estádio Municipal de Braga, jogo que será arbitrado por Hélder Malheiro, da associação de futebol de Lisboa.
GYS // AO.
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