Carlos Carvalhal lamentou, este domingo, a derrota do Sp. Braga frente ao Sporting (2-4), e considerou que o pouco tempo de descanso que a sua equipa teve pesou no resultado final.

"Vamos contextualizar este jogo primeiro. Jogámos quinta-feira, fizemos uma viagem, o Sporting jogou na terça-feira. Sei que isto não interessa para nada, mas faz a diferença. Jogámos com cinco avançados porque sabíamos que a nossa equipa teria dificuldades físicas. Apostámos numa entrada forte. Conseguimos chegar à vantagem, o Matheus não foi praticamente importunado apesar da maior posse de bola do Sporting. Conseguimos chegar ao intervalo a vencer por 2-0. Na 2.ª, não houve intenção de descer, é fruto da capacidade do Sporting e da incapacidade física da nossa equipa. O primeiro golo é num canto, e depois são dois remates fora da área. Antes disso, o Matheus faz uma defesa. E acabou. Uma eficácia grande do Sporting. Queríamos muito chegar à baliza adversária, mas o Sporting estava mais fresco. Sabiam que podíamos explorar a transição, mas os jogadores rápidos que meteram dificultaram isso. O nosso plano surtiu em pleno, conseguir vantagem e, depois com a nossa energia, tentar aguentar o Sporting. Até determinada altura conseguimos. Não foi por falta de vontade. Os jogadores fizeram o que tinham de fazer e dou-lhes os parabéns. Interpretaram muito bem o que tinham de fazer, mas são humanos. Em menos de 70 horas terem de jogar contra uma equipa como o Sporting... Tenho de lhes dar os parabéns e apelar à compreensão das pessoas. É muito fácil falar. Podíamos ter optado por resguardar e tentar alguma coisa na 2.ª parte. Era pior. Não iríamos ter energia suficiente. O tempo ia jogar contra nós. Foi um canto, um remate fora da área e uma perda de bola".

É frustrante sofrer os golos assim?
"É a vida, é futebol. Não jogámos contra uma equipa qualquer. Jogámos num contexto complicado, imagine se fosse ao contrário. Mas estamos a falar de 70 horas. Um jogo na terça-feira, outro na quinta-feira para depois jogar no domingo. Procurámos fazer o melhor. Fomos de peito feito, não tivemos medo. Não houve energia para mais, ponto final. Não posso apontar nada aos meus jogadores, só dar-lhes os parabéns".

Optou por uma linha de três centrais que deu boa conta do recado durante a 1.ª parte. O que lhe dá isto para o futuro? Sente que o caminho passa por aqui?
"Não considero que houve debilidades, talvez erros pontuais, expulsões também. Tem sido atípico a esse nível. Fiquei satisfeito com o comportamento da equipa. Mudar os dois médios? Podíamos ter mudado. Mas estávamos a aguentar bem o jogo. O Vitor é muito bom na bola parada e o Moutinho é quem interpreta melhor o fecho dos espaços. O André Horta sai mais da posição e o Gorby tem mais tração à frente. Daí a nossa opção em aguentar os dois médios, que estavam bem. Entendemos que não deveríamos mudar. Para a frente é que é o caminho. Batemo-nos bem contra um adversário que tem feito vida difícil a toda a gente. Em circunstâncias normais, talvez pudéssemos ter vencido o jogo".

Exibições de João Ferreira e Ricardo Horta...
"O Matheus faz uma defesa e sofre os golos, não teve muito trabalho. Teve uma noite um pouco ingrata. A equipa esteve bem. Roger, Gabri, os três defesas, os médios, o Ricardo esteve ao seu bom nível, Bruma, o Amine. Quem entrou também ajudou e acrescentou. Para mim, todos estiveram irrepreensíveis. Mas volto a dizer, são humanos. 70 horas para preparar um jogo destes é muito difícil".

Já esteve na Premier League. O que disse a Ruben Amorim?
"Dei-lhe os parabéns pelo excelente trabalho que fez no Sporting e desejei-lhe as maiores felicidades para o que aí vem".