Carlos Queiroz deu uma pequena entrevista ao jornal espanhol AS. Antigo selecionador de Portugal fala sobre vários temas.

Carlos Queiroz esteve presente na terceira edição do Thinking Football Summit e falou ao Bola na Rede. O antigo selecionador de Portugal foi questionado sobre se há uma fuga de talento de jogadores em Portugal uma vez que Rúben Dias é o único português na lista da Bola de Ouro e sublinhou a qualidade atual da Seleção Nacional:

«Não. São circunstâncias. Já houve alturas em que tivemos muitos, outras vezes que espanhóis tiveram mais, outras menos. Faz parte da competitividade e das ondas de sucesso e de afirmação dos jogadores, que é normal. Não há nenhuma garantia manter essas posições e ainda bem para o futebol. À sua maneira, é importante ter o Ruben Dias. Às vezes ter só o Cristiano e não ter ninguém lá atrás também não chegamos a lado nenhum. É nessa dimensão que o futebol português continua a trabalhar, de preparar gerações continuamente e os resultados falam por si. Tivemos alturas em que na seleção portuguesa não tínhamos sequer jogadores na totalidade ao mesmo nível para todos os lugares. Hoje temos duas seleções que podem competir para as medalhas no Campeonato da Europa e isso é uma coisa fantástica. Quando nos comparamos com a Espanha, o número de jogadores é reduzido. Portanto há qualidade e talento. Certamente que na próxima etapa teremos mais jogadores na Bola de Ouro».

O jornal espanhol AS perguntou a Carlos Queiroz, que já passou pelo Real Madrid, sobre o que acha da transferência de Kylian Mbappé para os merengues e o processo de adaptação do craque:

«O Ancelotti tem experiência e sabedoria suficiente para com tempo encontrar a melhor solução, mas isso não é uma situação virgem no futebol. O Mbappé precisa de tempo e o Real Madrid também, embora em Madrid não haja tempo. Essa é a realidade. Isso mostra esta beleza, fantasia e complexidade do jogo de futebol que nem sempre o que parece lógico é o que dá bons resultados. Nem sempre as soluções melhores resultam nas soluções certas. Vamos ver se a escolha de um dos melhores jogadores do mundo da atualidade é a solução certa. E só há uma pessoa que pode responder a isso. Chama-se 90 minutos de jogo».

Carlo Ancelotti falou ainda sobre João Félix, que foi transferido do Benfica para o Atlético Madrid por 127 milhões de euros:

«Isso são coisas do mercado, que é hoje um mundo à parte. Nós treinadores, graças a Deus, estamos fora do mercado. O mercado tem a ver com os economistas e gestores. Acho que o João é um excelente jogador. Necessita só, tal como Mbappé, encontrar o seu melhor enquadramento».

A entrevista de Carlos Queiroz ao AS foi realizada no dia 14 de setembro.