Foi quase amor à primeira vista, mas terminou na estaca três, outra vez. Na estreia do novo homem do leme - e também como treinador principal de Hugo Oliveira -, o Famalicão ficou muito perto de surpreender o SC Braga, mas permitiu a reação atempada dos pupilos de Carlos Carvalhal para resgatar o empate. Com Zlobin em grande nível e uma alta propensão para ferir os anfitriões, os famalicenses foram surpreendidos pela grande alma dos Gverreiros e não resistiram ao bis de Ricardo Horta - chegou aos 100 golos pelos arsenalistas na Liga.
Ultrapassado o problema que afastou Niakaté e Bruma do embate diante da AS Roma, Carlos Carvalhal fez regressar os dois jogadores ao onze arsenalista, mas não só. Vítor Carvalho e André Horta compuseram o miolo a dois, enquanto Rodrigo Zalazar voltou à titularidade - no tridente da frente -, mais de um mês depois da última vez que atuou nesta condição.
Perante um Famalicão de opções intocadas face ao empate contra o FC Porto para o batismo de Hugo Oliveira no banco de suplentes, os arsenalistas demoraram a ligar os setores e apenas a espaços foi capaz de se aproximar da baliza de Zlobin.
Mérito dos famalicenses que, com uma boa articulação posicional, foram capazes de retirar iniciativa aos Gverreiros. Ainda assim e mesmo com algumas aproximações à área contrária, o jogo parecia condenado ao divórcio com o perigo ofensivo. Algo que viria a mudar, pouco depois dos 20'.
Mais capaz de perfurar zonas interiores no último reduto visitante, Bruma, Gabri Martínez e Zalazar sobressaíram com boas chegadas e motivaram algum crescimento na partida, como certificaram as perdidas de André Horta - erro proibido na saída a jogar de Topic -, El Ouazzani e Paulo Oliveira. Sobressaía o brilho de Zlobin entre os postes...
Gelo, fogo e muita indefinição
Até ao descanso, o recente domínio bracarense começou a ser colocado em causa por Zaydou, valendo a intervenção de Matheus a belo nível. O SC Braga manteve a toada, mas, mesmo em cima do intervalo, um cubo de gelo bem escorregadio desferido por Rochinha desviou em João Ferreira - numa primeira instância - e terminou na baliza bracarense por última ação de Matheus. Excelente mote para o Famalicão, fatalidade a ser corrigida ao intervalo para Carvalhal e os seus pupilos...
Com mais pressa para chegar às redes de Zlobin, a formação arsenalista pareceu revigorada - Roberto Fernández rendeu El Ouazzani - no regresso dos balneários. As situações aflitivas foram surgindo a espaços - Zlobin e companhia estiveram irrepreensíveis -, mas o Fama rapidamente mostrou disposição para ferir no contragolpe, fruto de algumas precipitações que os da casa cometeram.
Numa dessas situações, Gil Dias conduziu com a melhor perícia sobre a direita e temporizou na perfeição para a conclusão fria de Gustavo Sá. Momento de festa visitante e de impaciência reinante entre o público anfitrião.
Com mais urgência que nunca em mudar os acontecimentos, desta vez o SC Braga chegou mesmo ao golo e tornou a reta final verdadeiramente frenética. Ricardo Horta consumou o grito de revolta com um remate de ressaca - Roberto desviou de forma decisiva - e reacendeu a chama arsenalista vinda das bancadas.
Com a indefinição a bater nos píncaros, o jogo partiu, os arsenalistas permaneceram algo ansiosos e os visitantes aproveitaram novamente. Desde a quina da área, Gil Dias não perdeu tempo a pensar em assistências e fez a bola beijar as redes da baliza de Matheus com um arco imaculado.
Sem grande coisa a perder, o Braga não desistiu e encurtou novamente. Numa parceria entre centrais, Niakaté ganhou pelo ar e conferiu as condições a Paulo Oliveira para encostar o resultado novamente na margem mínima.
Na reta final e com mais coração do que razão, o SC Braga invadiu com toda a força a área famalicense e acabou por carimbar a igualdade final. Novamente com a carreira de tiro aberta, Ricardo Horta fez explodir de alegria as impacientes bancadas do Municipal de Braga. Estava fechado o ato na Pedreira