O AVS SAD desloca-se este sábado (15h30) ao terreno do Moreirense, num jogo entre vizinhos e do qual treinador Daniel Ramos antecipa dificuldades. No entanto, o técnico acredita que é possível conquistar a sua primeira vitória no comando técnico dos avenses.

"Apesar de ser um jogo contra um adversário vizinho, uma equipa rival, acaba por ser mais um jogo para nós, onde a dedicação e a preparação são muito semelhantes a muitos outros jogos. Claro que analisámos as características do nosso adversário e o momento da equipa. Também olhámos para aquilo que fizemos enquanto equipa e, em função disso, preparámos a semana, trabalhando diversos aspetos. É um conjunto de comportamentos que queremos melhorar e outros que queremos consolidar. Portanto, foi uma semana normal, mas parece-me que a equipa está muito focada em querer melhorar a sua performance, especialmente quando comparada com o último jogo."

Fatores a explorar no Moreirense: "As equipas vivem muito do momento, do que está a acontecer. Temos de perceber como está o adversário, mas também como nós estamos. E aquilo que temos de fazer é perceber o que podemos melhorar e o que podemos fazer para contrariar o que o adversário nos propõe. O Moreirense, nos últimos cinco jogos, venceu o Sporting e tem sido uma equipa muito forte, especialmente em casa. Os resultados falam por si, sabemos que vai ser um jogo difícil. O Moreirense é sempre uma equipa incómoda, bem organizada, e o seu treinador conseguiu imprimir a sua ideia de jogo. Eles procuram jogar da mesma forma em casa ou fora, com uma abordagem intensa e pressionante. Têm bons jogadores e, por isso, o jogo será complicado. Mas, por outro lado, temos de olhar para nós, para aquilo que somos e para o que podemos fazer. A nossa parte será conseguir contrariar a força do Moreirense e impor a nossa ideia de jogo, aquilo que queremos que aconteça no jogo. E se conseguimos fazer isso, temos de nos agarrar a essa ideia e trabalhar bem no que fizemos durante a semana. Foi uma boa semana de trabalho."

Os problemas defensivos contra o E. Amadora: "Já percebemos o que aconteceu. Falámos sobre isso. Percebemos que, às vezes, basta que alguns elementos não estejam ao seu melhor nível, que cheguem um pouco mais tarde aos posicionamentos, ou que não sejam tão agressivos. A equipa não se posicionou da forma mais coesa, do ponto de vista posicional. Houve erros posicionais durante o jogo. Além disso, a falta de agressividade em determinados momentos fez com que o adversário ganhasse confiança. Esses erros foram acontecendo, um após o outro, e foram tirando a confiança à equipa. E, no processo ofensivo, o que não conseguimos fazer, passámos a dar mais bola ao adversário. Olhando para o jogo, até ao golo do E. Amadora, éramos a equipa com mais posse de bola e com mais duelos ganhos. A partir desse momento, perdemos na posse, perdemos nos duelos, cometemos mais erros e houve uma falta de entrosamento. Esse conjunto de aspetos acabou por inibir a equipa. Faltou-nos dar aquele ‘clique’ importante, de fazer uma paragem, um reset, e voltar a ser quem somos. Espero que a equipa cresça em termos de maturidade e perceba que, em jogos futuros, se não conseguimos fazer o que normalmente fazemos, temos de procurar o melhor possível para retomar o controlo. Esta maturidade tem de aparecer no jogo. Precisamos que ela exista. Temos experiência suficiente no plantel, com um bom equilíbrio entre experiência e juventude, e acredito que isso vai acontecer."

Jogadores para as mudanças táticas: "Relativamente ao sistema tático que estamos a usar, e à estrutura ofensiva e defensiva, acredito que temos uma base sólida. Mas, como é lógico, há sempre ajustes a fazer. Existem posições dentro do sistema tático que sentimos que podem ser melhoradas e que devem ser trabalhadas. Quando falo em melhorias, não estou a falar apenas de reforços, mas também de aprimorar as competências dos jogadores nas suas posições. Foi por isso que decidi que este sistema tático poderia ser o nosso sistema principal, mas não quer dizer que seja o único. Podemos sempre ter nuances ou mudar o sistema conforme o jogo exigir. Agora, depois de definirmos este sistema, temos de potenciar os jogadores para as posições que melhor se adequam a eles. Há jogadores que ainda estão a adaptar-se a essas posições, porque este não é um sistema tático muito comum, ou pelo menos não foi muito utilizado. Eles estão a fazer essa adaptação no treino e também no jogo. Foi um início de época forçado, mas necessário para fazer crescer os jogadores rapidamente. Estamos a trabalhar nisso, a melhorar os jogadores nas posições que consideramos mais adequadas. E, como é lógico, esperamos que esse desenvolvimento traga resultados positivos no futuro.

Sobre os jogadores pouco utilizados: "Eu tive uma conversa com o grupo esta semana. Para mim, todos os jogadores são importantes. Todos têm o seu papel na equipa e são importantes em determinado momento. Às vezes, o momento de uns não é agora, mas pode vir a ser no futuro. O importante é estarmos todos preparados para quando a oportunidade surgir. A todos, o trabalho tem de ser constante e com qualidade. O momento deles pode estar à vista, e todos têm de estar prontos para quando forem chamados."

Sobre o número de jogadores no plantel: "Eu já trabalhei com 29, agora somos 28, e preferiria trabalhar com um número inferior, pois é mais fácil de gerir. O mercado de janeiro pode trazer alterações no plantel, com entradas e saídas. Sabemos que as mudanças fazem parte do processo estrutural dos clubes, e a equipa técnica tem de fazer as suas escolhas. É natural que haja ajustes no plantel, e uma redução no número de jogadores é uma possibilidade forte. O mercado de janeiro também será importante nesse sentido. E, como disse, em relação a entradas, haverá certamente novidades, mas também é necessário que saiam jogadores para que o plantel não cresça demasiado. Não queremos ter 30 jogadores no plantel, isso não seria ideal."