Vivem-se tempos difíceis em Milton Keynes, sede da Red Bull. Os tempos de glória parecem ter chegado ao fim e, dificilmente, regressarão tão cedo. Aquele ano de 2023 ficará para a história da Fórmula 1, ao vencerem 22 grandes prémios de 23 possíveis, com um Max Verstappen imbatível. No início da temporada passada, o domínio continuou até ao meio da época, onde tudo começou a desabar, até aos dias de hoje. É caso para dizer, quanto maior é a subida, maior é a queda.

Só de pensar que uma equipa desta categoria está neste atual estado, devido a guerras internas, deixa-me estupefacto. No ano passado, a liderança de Christian Horner foi questionada por vários elementos importantes da equipa, principalmente, por Helmut Marko, consultor da Red Bull. As desavenças entre os dois são desde a morte do fundador da Red Bull, Dietrich Mateschitz. O contrato de Helmut Marko acabava no final de 2024 e, certamente, Horner não se importava com a saída do austríaco. Contudo, Marko tinha um trunfo valioso, chamado Max Verstappen. O piloto neerlandês expressou mais que uma vez que a saída de Helmut Marko seria prejudicial para a Red Bull.

Na sequência destas guerras, saíram elementos que pertenciam ao núcleo principal da Red Bull. Adrian Newey, o grande responsável pelos designs dos monolugares, deixou a equipa austríaca no Grande Prémio de Miami e juntou-se à Aston Martin este ano. Outro grande nome a sair da Red Bull foi Jonathan Wheatley. O antigo diretor-desportivo vai ser o novo chefe de equipa da Audi, atual Kick Sauber. Christian Horner lamentou as saídas, mas desvalorizou acreditando que não teriam um impacto na equipa. O que é certo é que desde que as suas saídas foram anunciadas os resultados caíram a pique. Ainda que conseguiram salvar o Campeonato de Pilotos, mas o Campeonato de Construtores nem lá perto, acabaram em terceiro.

Esta temporada, já com quatro corridas realizadas, os resultados não são nada animadores. Mesmo que, tenham vencido no circuito de Suzuka, no Japão, o desempenho do RB21 está muito longe de acompanhar os McLaren. Para mim, Max Verstappen é quem está a salvar a Red Bull de uma queda ainda mais profunda. É notório que o tetracampeão é um dos melhores pilotos de sempre do desporto motorizado, porque consegue fazer resultados impensáveis com um carro menos capaz comparando aos das equipas rivais. Mas, nem sempre isso é possível e um piloto desta qualidade não ter um carro à altura, certamente, como a pensar em outras possibilidades.

O contrato de Verstappen termina em 2028, mas tem uma cláusula que lhe permiti sair da Red Bull mais cedo. Se, no verão, o neerlandês estiver abaixo do terceiro lugar na classificação de pilotos, a sua posição atual, pode rescindir o seu contrato. A saída de Verstappen seria uma gigante perda para a Red Bull e teriam que se reinventar para dinamizar a saída do tetracampeão e escolhendo só piloto não basta, porque ninguém é como Max Verstappen. Christian Horner tem uma grande responsabilidade de ter resultados no imediato para evitar uma catástrofe ainda maior da que tem enfrentado nos últimos tempos.