Gareth Southgate já não é selecionador de Inglaterra. O técnico de 53 anos anunciou que vai deixar o cargo que ocupou durante quase oito anos, menos de 48 horas depois de perder a final do Euro 2024 para a Espanha, em Berlim.

O antigo defesa internacional inglês, que esteve três anos à frente da equipa de sub-21, chegou à seleção principal em setembro de 2016, depois da curta passagem de Sam Allardyce pelo banco de Inglaterra. Inicialmente, Southgate treinou a equipa de forma interina, mas os resultados prometedores no início da qualificação para o Mundial de 2018 abriram a porta para a sua continuidade de forma permanente.

Inglaterra chegaria às meias-finais na Rússia e, três anos depois, à final do Euro 2020, disputado em 2021, perdendo a final com a Itália, em Wembley, mas confirmando a melhor série de resultados internacionais da seleção dos Três Leões desde o título mundial de 1966. No Mundial do Catar, Southgate levou os novos talentos ingleses aos quartos de final.

Apesar da final do Euro 2024, novamente perdida, a equipa inglesa, carregada de talento jovem nas botas de Jude Bellingham, Phil Foden, Cole Palmer, Kobbie Mainoo ou Bukayo Saka, foi criticada pelo nível de jogo, que nunca atingiu o que se esperava de uma seleção vista como uma das grandes favoritas ao torneio.

“Como orgulhoso inglês que sou, foi a honra da minha vida jogar e treinar Inglaterra. Significou muito e dei tudo o que tinha. Mas é tempo de mudar e de um novo capítulo. A final de Berlim contra a Espanha foi o meu último jogo como selecionador de Inglaterra”, escreveu numa mensagem publicada nas redes sociais.

“Tive o privilégio de liderar um grande grupo de jogadores ao longo de 102 jogos e todos eles se sentiram orgulhosos por vestir a camisola dos Três Leões. A equipa que levámos para a Alemanha está cheia de entusiasmante talento jovem e eles podem ganhar o troféu com o qual todos nós sonhamos”, continuou o técnico, que deixou um especial agradecimento ao seu adjunto Steve Holland, bem como ao staff que o acompanhou.

Federação inglesa homenageia treinador

Ao fim de 102 jogos em que, apesar das críticas de conservadorismo e pouca vontade de arriscar, levou Inglaterra a outro patamar de competitividade e resultados, Southgate abre a porta a uma nova era na seleção inglesa.

Mark Bullingham, CEO da federação inglesa, prestou homenagem ao agora ex-selecionador, sublinhando que “nos últimos oito anos”, foi um dos responsáveis por “memórias inesquecíveis para todos os que amam os Três Leões”.

“Olhamos para os anos em que o Gareth treinou a equipa com grande orgulho - o seu contributo para o futebol inglês, incluindo um papel muito relevante no desenvolvimento de jogadores e na cultura de transformação, foi único”, continuou Bullingham, frisando os resultados nas grandes competições como “o mais extraordinário” feito do treinador.

“Em 25 torneios pós-1966 antes do Gareth chegar ao cargo, tínhamos vencido sete jogos a eliminar. Nos quatro torneios em que esteve presente, ganhámos nove”, apontou o responsável da FA, que diz ainda que Southgate “construiu as fundações para o sucesso futuro” da seleção inglesa.

A FA garante que o processo de escolha do novo selecionador está já “a decorrer” e que o objetivo é anunciar o novo nome “o mais rápido possível”, até porque já há duelos da Liga das Nações em setembro. Ainda assim, há “uma solução interina” pronta para o caso do processo não estar terminado a tempo dos próximos compromissos oficiais.