«Nos últimos dias não tenho dormido bem», confessou João Zilhão, diretor do Milleninum Estoril Open, na apresentação, nesta tercça-feira, do principal torneio em Portugal, sob o lema 'Esta é a nossa terra', que decorrerá entre 26 de abril e 4 de maio, no Clube de Ténis do Estoril.

Por isso a pergunta era fácil, para quem tem dormido pouco, qual é o sonho para esta 10.ª edição? «O maior sonho é que seja um português a ganha-lo, novamente. Foi talvez dos momentos mais marcantes da minha vida quando João Sousa se atirou para trás na edição de 2018. Adorava voltar a viver esse momento. Seja com o Nuno [Borges] ou com o Jaime [Faria], ou outro jogador português, mas, obviamente, esses são os que estão, neste momento, no quadro principal. Por isso seria um sonho que isso acontecesse novamente», respondeu de imediato e após minutos antes ter confirmado a renovação do evento, que esta temporada foi despromovido de ATP 250 para um Challenger 175, um escalão abaixo, com o seu principal patrocinador e a Câmara de Cascais até 2027.

Além do n.º 1 um nacional Nuno Borges, na lista dos nomes anunciados, mas nenhum confirmado devido na semana antes começar o Masters 100 de Madrid e poderem continuar em prova, Zilhão conta com a presença do japonês Kei Nishikori (65.º), do brasileiro João Fonseca (59.º), do americano Learner Tien (69.º), Alex Michelsen (37.º), Tomas Etcheverry (46.º), assim como os finalistas das duas últimas edições o sérvio Miomir Kecmanovic (47.º), e o espanhol Pedro Martinez (51.º).

Tenistas que o deixam satisfeito para manter o nível da prova, até porque agora está limitado a quem pode convidar devido a já não se tratar de um ATP 250, os top mundiais estão proibidos de competir, e dos prémios que pode dar ou cache a pagar por regras da ATP, para evitar desvios de torneios que estejam a decorrer, como Madrid.

Quem também já tem lugar garantido é o português Jaime Faria, que teve direito ao primeiro wildcard da organização evitando ter de ir ao qualifying pois apesar de ser 99.º do ranking, esta edição fechou ontem no na 83.ª posição ATP. Apesar de estar a recuperar de uma lesão e por isso não saber se também ele irá tentar entra em Madrid, Faria espera ter tudo superado para o Estoril Open.

«Não quero dizer que desejo que corra mal a alguém em Madrid, mas sei que o torneio de ténis é ingrato porque em cada ronda metade perder. É assim. Vimos isso em Monte Carlos onde uma série de estrela foram eliminadas na ronda inaugural. Não há nada a fazer, portanto, muito e bons jogadores vão na quarta-feira, quinta, sexta… e no domingo em Madrid e que vou receber muitos telefonemas. A decisão de quem ajudo é que vai ser a mais importante», vai contando Zilhão, que espera «bater-lhes palmas» se Nuno Borges e João Fonseca, ambos bastante desejados pelo torneio luso, forem longe na capital espanhola e só puder contar com eles em 2026, quando o Estoril Open voltar a ser um ATP 250, mas certamente noutra data do calendário.

«Mas não estou preocupado com isso. Vamos ter um grande quadro, com grande nomes, mas ainda existem algumas indefinições como acontece em todas as semanas do ATP: lesões, jogadores que eram para ir não vão. Lembro-me que há dois anos dei um wild-card ao [Stan] Wawrinka, tinha as ruas todas com ele e depois não veio porque estava cansado. Acontece no ténis», desdramatiza.

Entre as novidades que João Zilhão espera manter animação permanente, destacam-se três. A primeira um Cascais Super Shootout, logo a 26 de abril. com um prémio de 20 mil euros para o vencedor, que envolverá oito jogadores, ainda a serem escolhidos conforme a lista final de inscritos e caso queiram participar, em que se defrontaram num mini torneio de tie-brake até aos 10 pontos. onde segue em frente quem ganha.

Candidatos existem já vários, mas João Zilhão contou que os eleitos apenas serão escolhidos dias antes, a dedo, pois deseja ter lá os melhores, até porque o prémio é apetecível e os jogos prometem emoção.

Outra é a existência de um pré-qualifying com portugueses, entre 26 e 27 de abril, para disputarem um lugar no qualifying, e por fim, a realização de um Celebrity Pro-Am que colocará duas celebridade nacionais contra dois tenistas profissionais retirados, nomes que Zilhão preferiu, por enquanto, manter em segredo.