Fábio Silva deu uma entrevista a The Athletic. Avançado do Las Palmas recordou a saída do FC Porto e outros temas.

Fábio Silva representa atualmente o Las Palmas, onde leva sete golos e duas assistências em 17 jogos nesta temporada tendo marcado ao Barcelona e ao Real Madrid. O avançado português falou sobre o interesse do Atlético Madrid e recordou a saída do FC Porto:

«Às vezes as pessoas esquecem-se da minha idade porque comecei cedo. Tive de evoluir muito rápido nos Wolves. As pessoas esperam uma coisa mas às vezes esquecem-se da minha idade, pensam que tenho 25 ou 26 anos, mas na realidade tenho apenas 22».

Fábio Silva admite que gostaria de ter ficado mais um par de anos no FC Porto e fala sobre a dificuldade da Premier League:

«Tudo à minha volta andou demasiado depressa. A ideia era ficar dois ou três anos no FC Porto e jogar mais. Mas no futebol nem sempre se consegue controlar as coisas e, naquele momento, não pude fazer nada. Foi muito difícil porque numa equipa como os Wolves não tens sempre a bola, então tens de sofrer e jogar em contra-ataque. Às vezes os defesas e os médios passavam-me a bola, para eu a segurar, mas eu não era suficientemente forte. Então pensava ‘uau, isto é um grande nível’. Estava sob grande pressão, mas tinha de lidar com isso na minha cabeça».

«Cheguei aos 18 anos à melhor liga do Mundo, com todo aquele barulho à minha volta. Senti que não tive tempo nem espaço para errar. Tudo tinha que ser perfeito. Penso que sou diferente por causa disso, mas tenho de viver com isso. Gosto de viver sob pressão», acrescentou ainda sobre a chegada à Premier League.

Fábio Silva deixou vários elogios a Nuno Espírito Santo quando trabalharam juntos no Wolverhampton:

«Aquele primeiro ano com o Nuno foi realmente muito bom. Foi o treinador que me quis contratar e foi honesto comigo desde o primeiro dia. Disse que tinha de esperar pela minha oportunidade e confiar nele, porque ela acabaria por chegar. Sempre me disse as palavras certas para me manter feliz. Às vezes, quando não jogava ele vinha falar comigo. Ele sabia que eu era jovem, estava longe da minha família num país diferente. Sempre teve uma palavra para comigo, foi um treinador especial e estou feliz por vê-lo tão bem no Nottingham Forest. É realmente uma boa pessoa».

Fábio Silva abordou ainda a chamada à Seleção principal:

«Jogámos com a Croácia e quando estava a sair do balneário para o aquecimento disse para mim mesmo ‘finalmente estou aqui’. Fiquei feliz pela minha resiliência, pela paciência, por tudo o que passei e que me ajudou a chegar cá. Senti-me muito orgulhoso por poder treinar com o Cristiano [Ronaldo], mas a estreia pelo meu país foi especial, é o sonho de todas as crianças».