Após uma emocionante 2.ª parte, na qual os dragões surgiram mais objetivos, velozes e sobretudo decididos em melhorar a atitude do 1.º tempo, o FC Porto fez tremer os invictos turcos do Tofas Bursa, líderes da poule K desta segunda fase de grupos da Taça Europa, mas não conseguiu evitar a derrota na 2.ª jornada por 87-95 (20-29, 19-29, 23-20, 25-17). Desfecho que mantém os portistas ainda sem vitórias nesta segunda fase da competição.
Tendo chegado a deter a desvantagem de 24 (32-56) pouco antes do intervalo (39-58) e permitido que, ao longo do 1.º tempo, o adversário, que nem apostava muito nos lançamentos de três pontos, soubesse criar espaços na área, através de bloqueios ou descompensações que permitiam o ataque ao cesto através de entradas com pouca oposição ou lançamentos curtos, os homens de Fernando Sá transformaram-se no regresso dos balneários.
Acreditaram que podiam fazer bem mais contra uma equipa que ainda não perdeu esta temporada em 17 jogos, incluindo nove do campeonato turco. Apesar dos forasteiros ainda terem chegado a ampliar o fosso para 21 (39-60) no arranque da 2.ª parte, o primeiro abanão surgiu num parcial 15-0 (54-60) em 4.14m com Toney Douglas (11 pts, 3 res, 3 ass) a marcar 8 desses pontos.
Mas, se no ataque as movimentações e velocidade era outra, na defesa faltou consistência para travar um oponente com outras armas que não complica e sabe como rodar a bola para fazê-la chegar ao jogador certo sob a mestria de Alex Perez (23 pts, 4 res, 11 ass). E assim Uros Trifunovic (13) e Marcquise Reed (31 pts, 5 res, 5 ass) anularam a diferença que chegara a ser de 6 para 16 à entrada do último quarto.
Parecia que o conjunto turco percebera que o encontro estava longe de ter ficado resolvido e era preciso continuar a jogar sem relaxar. Entenderam-no mas, só que agora haviam dado aos dragões a capacidade de acreditar e ao público a oportunidade de entrar em jogo. Tudo passara a ser possível.
E o objetivo não esteve longe de se concretizar quando, nos primeiros 3.23m do 4.º período, nova sequência de 15-2 (77-80), agora com Wes Washpurn (16 pts, 2 res, 3 ass, 3 rbl), Phil Fayne (19 pts, 10 res) e Devyn Marble (21 pts, 12 res, 5 ass) como principais protagonistas, a trazerem os azuis e brancos de novo à luta.
Pena foi que nem todos soubessem manter a calma, sem baixar a velocidade, nos momentos seguintes, e sobretudo que ninguém conseguisse travar Reed e J.J. O’Brien (17 pts, 4 res), que, em 6 minutos, assinaram, respectivamente, 7 e 6 pontos dos 15 do Tofas para também desfazerem a diferença de três (82-85) que voltou a verificar-se a 3.53m do apito final.
«Na 1.ª parte estivemos um pouco com demasiado respeito pelo adversário. Agimos com intensidade, mas tarde. Deixámos que o Tofas fizesse tudo o que queria, de leituras automáticas e muito rápidas. É uma excelente equipa. Quando, no 2.º tempo, colocámos intensidade e começámos a acreditar e limitámos o ataque adversário, conseguimos recuperar. Deixaram-me orgulhoso», comentou no final o treinador Fernando Sá.