Está consumado o regresso às vitórias do Boavista! Na visita ao Estádio Cidade de Barcelos, a Pantera foi paciente na espera pelo melhor momento, soube lidar com o maior volume de jogo do Gil Vicente durante os 45' iniciais e colocou termo à seca de triunfos que se arrastava desde a jornada 1 à boleia de um reinício de luxo (1-2). É caso para dizer: felinos e (novamente) de sorriso estampado!
Efetuadas três mudanças em relação ao desaire diante do Santa Clara - Mutombo, Kazu e Aguirre renderam Zé Carlos, Sandro Cruz e Cauê Santos -, os gilistas assumiram, sem surpresas, o controlo do jogo. Perante um Boavista equilibrado na sua versão defensiva e ofensiva e com apenas uma mexida - Vukotic entrou para o lugar de Ibrahima Camará - face ao desaire caseiro ante o Moreirense, assistiu-se a uma primeira etapa equilibrada, apesar do ascendente gilista.
Com maiores preocupações defensivas e a missão de retirar espaço a artistas como Félix Correia e Fujimoto, os boavisteiros arrancaram com sinal mais ilustrado pelo remate de primeira de Abascal, logo no primeiro minuto. Daí em diante, a formação orientada por Bruno Pinheiro atinou com os timings para atacar a baliza axadrezada e, pese embora, o esforço forasteiro em surpreender - ora na meia distância, ora em ataque organizado -, as melhores aproximações foram dos minhotos.
Mboula ficou a escassos centímetros de converter o cruzamento/remate de Fujimoto em golo e Félix Correia teve no corte de Pedro Gomes o maior impedimento para adiantar o Gil - bela incursão do estreante a titular na Liga, Mutombo -, antes da grande perdida dos 45' iniciais. No cara a cara com César, depois de um passe de visionário executado por Santi García, o extremo ex-Juventus atirou... à malha lateral para desespero do público afeto aos da casa.
Por entre estas brechas de indefinição suportadas em grande medida pelo futebol apoiado e lances de rotura dos três intervenientes mencionados - Santi está a provar-se reforço -, o Boavista distanciou, com o avançar do relógio, os gilistas do templo de César e foi acreditando na vantagem, depois de alguns minutos instalado no terço defensivo contrário, onde novo tiro de Abascal foi o lance de maior esclarecimento.
Golpes sem misericórdia
Esclarecimento esse que disparou na reta inicial do segundo tempo. Apanhado na sonolência do regresso dos balneários, o Gil demonstrou grande apatia no ataque ao portador da bola e, aos 51', perdia por 0-2. Vukotic abriu as hostilidades na recarga a um primeiro grande remate de Filipe Ferreira que espirrou na trave e, embalados pela confiança conferida pela vantagem, as Panteras expuseram as garras de novo e dobraram as contas.
Com espaço na zona intermédia, Miguel Reisinho submeteu o passe necessário para Joel Silva causar novo dano - Buatu falhou a interceção - e confirmou nova erupção do vulcão axadrezado presente em Barcelos. Se dúvida existisse, o golo conferiu o selo de qualidade ao médio formado no Bessa, numa partida em que foi, no mínimo e sendo eufemístico, incansável!
Sem tempo a perder, Bruno Pinheiro lançou Pablo e Cauê para a frente de ataque e, depois de algumas aproximações bem resolvidas pela defensiva axadrezada, eis o golo do camisola 20: de primeira e com o pé cheio, estava transformado novamente o resultado.
Com cerca de 20' pela frente, o Gil manteve-se na luta por restaurar a busca pelos pontos, tentou limitar ao máximo o raio de ação axadrezado, mas não conseguiu evitar o desaire. Na melhor situação até ao fim, Tidjany Touré artilhou fogo da sua bota, só que César mostrou outras intenções e bloqueou o caminho para a sua baliza.