Filipa Patão esteve presente na conferência de imprensa de pós-jogo do Sporting x Benfica para a Primeira Liga Feminina.
Filipa Patão, treinadora do Benfica, respondeu a uma pergunta do Bola na Rede após a vitória das águias sobre o Sporting por 2-0 no Estádio de Alvalade. em jogo relativo à quarta jornada da Primeira Liga Feminina.
Bola na Rede: Viu-se muitas vezes o Benfica a atacar pelo lado direito e concentrar várias jogadores. Pergunto se parte da estratégia foi ter a superioridade numérica pelo corredor direito e se a maior aposta por este flanco em vez do esquerdo tem alguma outra explicação tática?
Filipa Patão: Nós sabíamos que à partida, com a ausência da central que costuma jogar naquela posição [Andrea Norheim], possivelmente iam fazer como fizeram contra o Real Madrid que foi colocar a Fátima Pinto como central. É uma jogadora que pode fazer a posição, mas não é uma central de raiz. Sabíamos também que em termos de velocidade a Ana Borges, tem a qualidade que tem, e não está aqui em causa a qualidade da Alicia Correia que também é uma jogadora com bastante qualidade. Mas sabemos que em termos de velocidade, a Borges é uma jogadora mais complicada de passar no 1×1. Então queríamos provocar mais desconforto pelo corredor direito onde sabíamos que ainda por cima não havia uma central de raiz. Muitas das vezes a Fátima para tentar ajudar a Alícia acabava por se aproximar muito, deixando um espaço muito grande entre as duas centrais ou entre a central e a lateral. Por isso sabíamos que o envolvimento das jogadoras desse lado era benéfico. Mas também depois com a variação do centro de jogo, se conseguíssemos ser competentes, obrigado o Sporting a bascular, conseguíamos variar e criar perigo e deixar a Borges numa situação complicada com menos ajuda da Cláudia Neto que acabava por saltar na Marit Lund e impedir que a Borges tivesse de saltar. Aí, com uma variação, seria muito mais difícil a Cláudia Neto fechar esse espaço. Nem sempre fomos competentes em fazê-lo, principalmente a questão da variação do centro de jogo. Falhámos aí por um bocadinho de desconforto com bola, que é natural nesta fase, depois do que a equipa passou. Ainda assim, sabemos os processos que temos e aquilo que temos de fazer. É uma questão de ganhar confiança e de ganhar o conforto com bola que sempre tivemos e que queremos voltar a ter para conseguirmos ser um Benfica a conseguir ferir as linhas adversárias. É uma adaptação das jogadoras que agora encontram outras referências. No ano passado eram umas, agora são outras e é uma adaptação que estão a fazer e a ganhar um novo papel. É o caso da Nycole Raysla e da Andreia Norton que agora têm um papel um pouco diferente do que tinham. Estão a adaptar-se e tenho a certeza que vamos ver do meio da época para a frente jogadoras muito diferentes do que temos visto.
Podes ler AQUI a pergunta e resposta de Mariana Cabral, treinadora do Sporting, ao Bola na Rede.