O segundo lugar de Vinícius Júnior na Bola de Ouro continua a mexer com a atualidade do Real Madrid. Em discurso na assembleia geral dos Merengues, o presidente Florentino Pérez apontou o dedo ao sistema de votação do prémio e à recente colaboração entre os organizadores e a UEFA.
«Alteraram o sistema de votação (de 5 jogadores passou-se a votar em 10), assim como o número de pontos (de 6 para 15). E é surpreendente que, sendo o futebol algo tão global, jornalistas de países com uma população tão grande como a Índia não votem, mas outros com menos de um milhão de habitantes, sim. Sem Namíbia, Uganda, Albânia e Finlândia, o Vinícius teria ganho a Bola de Ouro», começou por dizer.
«Além disso, estes países nem sequer deram um único voto ao Vinícius. Pelo menos, o jornalista finlandês já se demitiu. Seria importante perguntar à organização quais são os critérios, mas é evidente que podem fazer o que quiserem, sem qualquer consequência. Perguntaria à France Football e ao L'Équipe qual o sentido de aliarem-se à UEFA. A Bola de Ouro deve ser um troféu independente, votado por pessoas reconhecidas», acrescentou.
O aumento do número de jogos e o renovado Mundial de Clubes mereceram também comentários do dirigente, que pede maior consulta aos jogadores neste tipo de decisões.
«A FIFA aumentou o número de paragens e a UEFA criou uma Liga dos Campeões que ninguém entende. Ainda foi lançado um novo torneio: o Mundial de Clubes. Tudo isto para gerar mais receitas, os jogadores não são tidos em conta. Não pensam que o desporto deve ser sustentável, nem consideram os futebolistas. Está a ser prejudicial para os profissionais, com um aumento das lesões. Esta época podemos disputar 82 jogos.»
Apesar do favoritismo de Vinícius Júnior nos dias anteriores à atribuição da Bola de Ouro 2024, o prémio acabou por ser vencido por Rodri. Nenhum elemento do Real Madrid acabou por marcar presença na gala, realizada no passado de 28 de outubro, em Paris.