Foi bonita a festa da Taça de Portugal em Vila Real, com o Campo do Calvário muito bem composto, com adeptos sentados na escada, mesmo à moda antiga, e outros nas varandas dos prédios circundantes ao recinto do jogo. Destaque-se presença mais conhecido de entre os 1394 adeptos na bancada: o agora treinador Paulo Alves, natural de Vila Real, que jogou no Gil Vicente.
No que ao jogo em si diz respeito, há que salientar a excelente réplica do Vila Real, equipa do Campeonato de Portugal, que, diga-se, nos primeiros 45 minutos bateu-se de igual para igual com o primodivisionário Gil Vicente.
Aliás, pertenceu mesmo à equipa da casa a primeira oportunidade de golo, logo aos 10 minutos, com Matar Manga a matar a bola no peito, trabalhou bem dentro da área e conseguiu rematar na cara do guarda-redes, mas a bola saiu um pouco ao lado.
Na resposta, Tidjany Touré, com um grande remate em arco, fez a bola bater caprichosamente na quina esquerda da baliza à guarda de Diogo Silva.
Mais adaptado ao sintético com o decorrer dos minutos de jogo, o Gil Vicente foi tomando as rédeas e subindo mais vezes à área dos alvi-negros. Aos 21’, João Teixeira, formado no Benfica, fez Diogo Silva brilhar com uma excelente intervenção entre os postes.
Tidjany Touré (27'), um dos elos mais fortes dos gilistas, conduziu a bola da esquerda para a direita, com Félix Correia a cruzar com conta, peso e medida, mas Pablo Felipe a não conseguir o melhor desfecho. Os visitantes ameaçavam o golo, mas os homens da casa não se amedrontavam e também criaram oportunidades: aos 38’, Diogo Andrezo, com um remate à meia volta, viu Brian Araújo tocar com a ponta dos dedos na bola e contou com a ajuda do travessão para evitar o golo do Vila Real. E ainda antes do intervalo, Matar Manga (41') cabeceou na área para outra grande defesa do guardião gilista.
A segunda parte trouxe um Gil Vicente mais fresco, com os alvi-negros a mostrarem maiores dificuldades face ao ritmo e intensidade do jogo, ainda assim, Diogo Andrezo (55') conseguiu levar perigo à área dos gilistas, mas a bola saiu ao lado do alvo.
Até que aos 70 minutos foi inaugurado o marcador: cruzamento lardo de Félix Correia para um remate seco do lateral direito Zé Carlos, que teve mais liberdade ofensiva depois de Matar Manga ter sido substituído.
Os treinadores mexeram nas equipas, Vasco Gonçalves mais por causa das cãimbras que estavam a afetar os seus jogadores, enquanto Bruno Pinheiro viu serem certeiras as suas alterações, já que quem saltou do banco viria a ter influência no segundo golo.
O cronómetro marcava os 87 minutos quando Jordi Mboula, recém-entrado no jogo, finalizou lance que nasceu dos pés de Félix Correia, a lançar Jesús Castillo (em campo há quatro minutos) a cruzar para a área.
O resultado estava feito e os restantes minutos serviram para que o jovem Rodrigo Carvalho, avançado de 17 anos do Vila Real, fosse lançado no jogo.
Terminamos esta crónica da forma como comecámos, com palavras elogiosas para o Vila Real, que deixou boa réplica, diante de um Gil Vicente que carimbou passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal aplicando a lei do mais forte.