Saltou para o estrelato na noite da passada segunda-feira, ao apontar o golo do empate do SC Braga diante do Sporting, mas quem o conhece há mais tempo não estranha o patamar que atingiu. Falamos, claro está, de Afonso Patrão, a mais recente pérola saída da formação dos guerreiros do Minho e que já dá cartas na elite bracarense.

A estreia absoluta pela equipa principal dos arsenalistas aconteceu há pouco mais de um mês, mais precisamente a 8 de março, no triunfo frente ao FC Porto (1-0), na 25.ª jornada da Liga, sendo que Carlos Carvalhal voltou a dar-lhe minutos duas rondas depois, na receção ao Arouca (2-1). E Patrão nem precisou de ser (ainda) titular para já faturar no principal escalão nacional: fê-lo em Alvalade, no (tal) dia 7 de abril de 2025 que jamais sairá do seu livro de glórias.

A atualidade mais recente do jovem avançado está contada, mas para trás há também uma história. Ou várias. A BOLA quis saber como foi o crescimento do jogador e esteve à conversa com Cláudio Borges, treinador de desenvolvimento individual na Boost Campus Academy - onde costumam também pontificar craques como Jota Silva, Diogo Jota, Rui Silva, Samuel Lino, Pedro Malheiro, Gonçalo Paciência, entre outros - e que há quatro anos acompanha Afonso Patrão no referido espaço.

«Ele foi o primeiro jogador que tivemos na academia em 2021. Trabalha connosco algumas vezes durante as épocas, até porque o trabalho realizado pela estrutura do SC Braga é de excelência e ele tem lá todo o acompanhamento necessário, sendo que na Boost Campus Academy o Afonso trabalha mais entre o final de uma temporada e o início da seguinte. Já nessa altura, quando ele tinha apenas 14 anos, dava para ver que tinha uma enorme qualidade. Era bastante forte fisicamente, mas despertou-me logo curiosidade pela mentalidade. Tinha um foco tremendo no treino, não vinha para aqui brincar, e cada vez que falhava um movimento eu dizia-lhe para ele se concentrar na ação seguinte. Mas ele era tão dedicado que achava que marcar um golo ou ser aplaudido não chegava. É um eterno insatisfeito, quer fazer sempre melhor», recorda.

Ainda de acordo com o especialista, havia alturas em que a insatisfação de Afonso Patrão era de tal ordem que ninguém conseguia dizer-lhe nada no momento: «No final de um treino que não lhe tivesse corrido particularmente bem ficava com uma azia tremenda e nos minutos seguintes nem valia a pena tentar falar com ele. Mesmo que tivesse tido um bom desempenho.»

Olhando ao futuro, Cláudio Borges não tem dúvidas: «Sabia que o Afonso iria agarrar a oportunidade assim que ela surgisse. Vai fixar-se como ponta de lança. É forte fisicamente e no ataque à profundidade, e, acima de tudo, tem golo. É um rato de área devido à sua concentração. Como que adivinha onde vai cair a bola. Vai chegar muito longe.»

Sugestão de vídeo: