Se na temporada passada foi digno de filme, em 2024/25, a saga teve um novo capítulo. De forma absolutamente apoteótica, o Vitória SC e Sporting CP empataram 4-4 (sim, 4-4!), no regresso de Rui Borges ao D. Afonso Henriques.

Gyokeres, perto do minuto 80´, parecia o herói do jogo com um hattrick impressionante, eis que João Mendes e Dieu Merci deram uma nova história ao jogo, mas que acabou por não ser a final. Trincão, ao cair do pano, foi herói e resgatou um ponto para a turma de Alvalade.

O Sporting consegue o mal menor em Guimarães, naquele que pode ser já considerado o jogo da temporada.

De cortar a respiração!

Antes do início da partida, a mensagem do D. Afonso Henriques foi explicativa. "Num dia só Vitória, no outro um traidor": foi esta a dedicatória amarga dos adeptos vitorianos para Rui Borges, no seu regresso ao castelo pouco mais de uma semana depois de deixar de ser Conquistador.

Gyokeres bisou @Kapta+

Se na temporada passada foi digno de filme, esta temporada não lhe ficou muito atrás. Aos 12´ minutos, as redes já haviam balançado por três ocasiões.

Desconstruindo os primeiros minutos frenéticos, tudo começou com Viktor Gyokeres. O insaciável sueco começou 2025 como viveu todo o ano transato: com golos. Lançado por Quenda na profundidade, encarou Rívas e apontou o primeiro quando ainda se cantava o tradicional Sou Vitória. Os da casa, por sua vez, não baixaram a cabeça e, cinco minutos depois, Tiago Silva empatou o jogo. De livre - com algumas culpas para Israel - o médio vitoriano nivelou as contas do marcador.

Tiago Silva nivelou aos sete, mas aos 12´, ajudou a desnivelar novamente. Um passe falhado do dez dos branquinhos deu nova a bola a Quenda para novo lançamento na profundidade para Gyokeres. Na cara de Varela, novo petardo para o 2-1.

O jogo lá foi acalmando com o andar do relógio, mas os olhos nunca saíram do radar das balizas. Ambas as equipas foram tentando sair em transição, partindo o jogo à procura de erros adversários. Perto do final do primeiro tempo, contratempo para o Vitória com a lesão de Gustavo Silva. Sem os dois avançados do plantel - de fora, por lesão - o improvisado foi rendido por Dieu Michel.

Mon Dieu!

O segundo tempo começou bem mais calmo do que o primeiro - a bem da verdade, era difícil começar mais animado -, mas os leões apenas demoraram novos 12´ minutos a fazer mossa. Maxi Araújo rendeu Quenda e o impacto foi imediato: no primeiro toque na bola do uruguaio, um passe picado na perfeição a servir a rotura de segunda linha de Morita, que de cabeça, ofereceu o hattrick a Viktor Gyokeres. O golo da estabilidade leonina, o TRIGÉSIMO do sueco na temporada. Vamos no início de janeiro...

Daniel Sousa foi ao banco a tentar trazer para o jogo um abre latas que relançasse a equipa no jogo. João Mendes e Telmo Arcanjo entraram e, pouco depois, o segundo foi o espalha brasas que era preciso. Arcanjo cavalgou à direita e serviu Kaio César para o 3-2. Jogo aberto, com vinte minutos ainda por jogar.

Kaio reduziu para 2-3 @Kapta+

Com a pressão do Vitória, que se sentia dentro e fora das quatro linhas, o Sporting - algo cansado - tentou colocar algum gelo no jogo, abrandando as reposições de bola e sem grandes aventuras quando a mesma estava jogável.

Eis que o D. Afonso Henriques, galvanizado com a resposta dos intervenientes, incendiou ainda mais a oito minutos do fim. Arcanjo colocou a bola na cabeça de Dieu Michel, este atirou à barra e, na insistência: o empate! João Mendes foi herói no derby em Braga na temporada passada, voltou a sê-lo, a empurrar a bola para o fundo das redes.

A apoteose do Castelo era indiscritível, mas ainda mais foi quando Dieu Merci, o herói improvável, remontou a partida de forma absolutamente histórica. A cabeçada do avançado natural do Canadá quase fez o estádio ir abaixo, de tal forma se comemorou.

Tudo parecia encaminhado para a vitória vimaranense, mas Trincão teve outros planos. O português guardou o remate mais açucarado para o minuto 96´, servindo a sobremesa num jogo de alta cozinha, tal a quantidade de sabores que foram experienciados em pouco mais de 90 minutos.

Bem vindo de volta, Rui Borges!