Diego Simeone tem-no como imprescindível há uma década. No mínimo, aproxima-se dos melhores do Mundo. E é a grande montanha para escalar na Eslovénia, pese embora as muitas que ainda compõem os Alpes naquela parte do território. Há muito que Jan Oblak deixou para trás Portugal, mas nem por isso a ligação se perdeu.

aqui contámos a curta história dos três guarda-redes eslovenos, todos eles com passagem pelo futebol português. Oblak foi (e é) o maior deles. É também o maior nome da seleção que esta segunda-feira defronta Portugal, no mais alto ponto da sua modesta história em fases finais. E há detalhes interessantes ao seu redor.

@Catarina Morais
Desde logo, Leonardo Jardim. Foi o treinador que lhe deu os primeiros minutos no futebol português, com apenas 17 anos, em dois jogos da Taça de Portugal pelo Beira-Mar. Mesmo assim, está longe de ser um treinador positivamente marcante para Oblak. «É difícil quando vês que só lá estás para fazer número. Lembro-me de ter jogado a lateral-direito na pré-temporada», referiu o guarda-redes, numa recente entrevista à France Football.

A meio dessa época, pediu para mudar, mas em Olhão seria pior: nem um jogo para a amostra.

Leiria podia ser a rampa de lançamento. Deu para mostrar na segunda metade da época, quando Gottardi alinhou nas várias saídas do clube pelo incumprimento salarial, só que o cenário tornou-se demasiado negro e deu na descida de divisão. «Houve cortes de eletricidade, banhos de água fria. Chegámos a disputar um jogo com sete jogadores por falta de pagamentos. Mas ao menos voltei a jogar e não a lateral-direito», disse, na mesma entrevista.

@Carlos Alberto Costa
Seria Nuno Espírito Santo, com Ederson Moraes como seu suplente, a catapultá-lo no Rio Ave para o regresso ao Benfica. Aí, depois de meia época como suplente de Artur Moraes, a titularidade chegou e não voltou a fugir.

Vítor Gonçalves (Gil Vicente), Christian Eriksen e Nacer Chadli, este por duas vezes, ambos do Tottenham, Daniel Candeias e Djaniny Semedo pelo Nacional. Foram os únicos a batê-lo. O registo é impressionante! Foram apenas seis golos sofridos com a camisola principal do clube encarnado.

No estrangeiro, o monstro... português!

A carreira seguiu e a dimensão foi aumentando - mesmo que, na seleção, fosse Handanovic o dono da baliza. Uma posição rica numa seleção parca em recursos de alta qualidade.

@Getty /
Foi, pois, no Atlético Madrid que se mostrou ainda mais ao Mundo. Cinco vezes detentor do prémio Zamora, conceituado galardão que distingue o melhor guarda-redes do campeonato espanhol, foi determinante em momentos como a conquista da Liga Europa, em 2018, a da La Liga em 2021 ou a chegada à final da Liga dos Campeões em 2016.

Não foram muitos os que o souberam bater, mas ninguém como Cristiano Ronaldo. Fez golos 11 vezes (mais um que Messi) frente ao esloveno e desengane-se quem pensar que foram sobretudo no campeonato. Dos 11, seis foram na Liga dos Campeões! Três deles numa memorável remontada pela Juventus, outros três também num 3-0 do Real Madrid, em 2017.

Ora, Cristiano saberá bem como se faz.

@Catarina Morais
Ainda assim, há quem tenha sido absolutamente certeiro frente ao esloveno, com mais golos do que jogos! Meyong fez três em dois jogos, Lima fez cinco golos em três duelos contra Oblak: um num SC Braga 2-1 UD Leiria, outro num Rio Ave 0-1 Benfica e três num Benfica 6-1 Rio Ave. Foram, depois, colegas de sucesso na Luz.