
Esta semana ficou marcada por algumas revelações sobre a forma como o futebol inglês é transmitido na Coreia do Norte, país asiático que vive de acordo com as regras do ditador Kim Jong-un. Já lhe mostrámos como alguns jogadores são banidos das transmissões por serem... sul-coreanos, mas agora vamos a um levantamento completo dos disparates cometidos pelos responsáveis televisivos daquele país.
Podemos começar pelo ponto mais relevante de toda a trama - a Coreia do Norte não tem qualquer direito de transmissão dos jogos do pincipal campeonato de Inglaterra. Mas a verdade é que os 26 milhões de habitantes daquele país têm essa possibilidade, no canal do Estado, que muito provavelmente se limita a gravar as imagens pirateadas dos diversos jogos, que posteriormente edita e emite.
Sim, porque os jogos não passam em direto. Depois de gravados, são editados, comprimidos em apenas 60 minutos e posteriormente conhecem a luz do dia, muitas vezes quatro meses depois da data oficial do encontro.
Nesta apurada edição, acontece um pouco de tudo... Logo a começar pelos já referidos jogadores sul-coreanos. Son Heung-min (Tottenham), Kim Ji-soo (Brentford) e Hwang Hee-chan (Wolves) são simplesmente apagados da história. Os jogos destes clubes não são transmitidos porque, defende o ditador, "só podiam jogar em Inglaterra com autorização superior".
Os gráficos escritos em Inglês, onde vemos os habituais dados estatísticos, informações sobre jogadores, entre outros, são imediatamente substituídos por grafismos em norte-coreano, assim como qualquer indicações, por mais remota que seja, à cultura LGBTQ+.
Como todos os jogos têm comentários em Inglês, a censura norte-coreana limita-se a retirar todo o audio. Em alguns casos, para os espectadores não ficarem sem som, colocam audios de ambientes de estádio, que depois não 'batem' com o que está a acontecer no ecrâ. Mais recentemente, têm apostado em comentadores nativos.
"Não há introduções. Seguem diretamente para o apito inicial, algumas vezes com o comentador da KCTV por cima do barulho de estádio. Não bate nada certo...", realça Martyn Williams, jornalista que esteve na origem desta investigação ao regime de Pyongyang.