A carreira de um jogador de futebol, por mais promissor que seja, é sempre algo curta e incerta. Seja num clube da distrital ou num 'grande' do futebol português, como o Sporting, nada é garantido. Tiago Rodrigues, que fez grande parte da formação nos ‘leões’ e chegou a treinar com a equipa principal, é um exemplo. Hoje, o jovem de 24 anos é treinador e não se arrepende da mudança.

"Tive um percurso desportivo que considero interessante e cheguei a um bom nível, que muitos atletas têm como objetivo. Faltou-me um 'patamarzinho' que infelizmente não consegui ultrapassar", assume Tiago, que também foi internacional sub-20, numa entrevista ao jornal do Sporting.

O agora treinador-adjunto dos sub-13 dos 'leões' partilhou plantel com jogadores como Rafael Leão, Gonçalo Inácio, Daniel Bragança, Eduardo Quaresma ou Luís Maximiano. Ligado ao clube desde os sub-15, chegou aos ‘bês’ e treinou na equipa principal. Teve passagens pela Liga Revelação, Campeonato de Portugal e Liga 3.

No entanto, Tiago teve de "sair da bolha" de Alvalade e "enfrentar uma realidade diferente" quando assinou com o Amora FC em 2022/23. Fez só a primeira metade da época e decidiu pousar as botas. "Tive algumas dificuldades em adaptar-me", revela o antigo avançado.

"Depois de uma época menos conseguida, decidi tomar esta decisão, da qual não me arrependo, e acabei por regressar aqui. A vida de jogador é curta e também com adversidades, como estar muito tempo longe da família e do local onde vivemos. Tudo isso pesou na minha decisão e achei que onde podia realmente ser uma mais-valia a partir de agora era no banco, fora de campo", conta.

“Temos de ter sempre um plano B”

Hoje, além de integrar a equipa técnica dos sub-13 do Sporting, Tiago está de regresso aos bancos da universidade, a tirar o mestrado em Gestão de Informação, com especialização em Business Inteligence, na Nova IMS, em Lisboa, já depois de ter tirado uma pós-graduação em Tecnologia e Análise de Dados no Desporto e de se ter licenciado em Ciências do Desporto.

"Muitas vezes pensamos que o futebolista não quer estudar, mas não é bem assim. Há coisas que não estão bem definidas e não ajudam os atletas. Temos de ter sempre um plano B. Tinha o meu plano B que era o curso e, num segundo plano, poder treinar", diz ao jornal do Sporting.