O presidente da mesa da AG do Benfica, José Pereira da Costa, abordou o processo de revisão dos estatutos em curso no clube (a próxima AG para o efeito está marcada para o próximo dia 26) e mostrou-se confiante em concretizar a tarefa depois de suceder a Fernando Seara. "Esta revisão estatutária nasce de uma necessidade e de uma promessa eleitoral do atual presidente do Benfica. A necessidade é que o Benfica precisa de uns estatutos mais atuais, mais modernos, que revisitem o processo de 2010. Ao verificar esse pressuposto, abriu-se um processo de revisão dos estatutos, com o Dr. Fernando Seara como presidente da mesa da AG, a solicitação da Direção do Benfica, que apresentou a proposta de revisão dos estatutos, a qual já nascia de uma tendência para consensualizar opções", afirmou o dirigente em declarações à BTV, acrescentando: "Deparámo-nos então depois com uma tentativa de voltar a encontrar soluções comuns dentro das propostas globais que existiam e temos hoje um tronco comum daquilo que poderão vir a ser os novos estatutos do Benfica dentro de poucos dias, semanas ou meses. Passa por um pressuposto importantíssimo, o reforço da posição do Benfica nas sociedades participadas. Uma maior preponderância do clube naquilo que é a visão empresarial do grupo Benfica. Essa é uma premissa."

José Pereira da Costa garantiu ainda que essa visão não vai em sentido contrário ao evoluir dos tempos. "Temos outros clubes que têm esta opção e são clubes vencedores e que ombreiam connosco. O Benfica é um clube com centenas de milhares de sócios, que são os verdadeiros donos do clube. Fui criado numa casa em que o meu pai me dizia que o maior ativo do Benfica são os sócios. Quem pensar o contrário está errado. Não há Benfica se não for assim, só é possível desta maneira. Se vier aí um iluminado, com todo o direito, que nos diga o contrário está errado, não conhece o Benfica", frisou, enfatizando ainda mais a relevância do assunto em discussão. "Cabe-nos, desde já, balizar através dos estatutos aquilo que é e que deve ser o Benfica dos próximos anos. Não tenhamos ilusões, os estatutos vão ser o resultado daquilo que os sócios quiserem. Isto é revisitar o processo fundacional do Benfica. Os estatutos são a nossa Constituição, são o fundamento jurídico da nossa existência. É um momento importante. Os estatutos do Benfica não podem estar dependentes de uma bola entrar ou não. São permanentes, são a coisa mais importante que o Benfica tem para discutir", vincou.

Questionado se não há o risco de o documento final poder desvirtuar a linha inicial da revisão devido à introdução de uma série de ideias contraditórias, José Pereira da Costa foi direto. "Sim, corremos. Votámos uma proposta de matriz global estatutária, que está a ser agora objeto de discussão na especialidade. Haverá uma terceira votação e no fim há que olhar para a estrutura final, encontrar as normas contraditórias entre si, as omissões e voltar, se for necessário, a marcar uma AG para ter uma Constituição coerente. Esse trabalho vai ser feito com a participação da própria Assembleia, nada é feito nas costas dos sócios do Benfica", garantiu, deixando uma palavra aos associados: "Estou convencido que os sócios do Benfica vão chegar ao final do dia e dar ao Benfica o instrumento jurídico de que precisa para se reforçar como clube liderante das próximas décadas em Portugal e como clube bandeira na Europa, que sempre foi e sempre continuará a ser."