Após a derrota frente ao Olympiacos no Dragão (0-1), que complicou as contas do FC Porto na Liga Europa, José Tavares, treinador interino dos azuis e brancos, falou aos microfones da Sport TV, onde lamentou que a sua equipa não tenha conseguido chegar ao empate apesar de ter tido oportunidade para tal.

"A equipa entrou em campo com muito caráter, vontade de dar a volta à situação e intensos à procura do golo. Quando o golo não aparece ao início, gera alguma desconfiança. Um adversário organizado, meio imprevisível. Mas foi uma 1.ª parte positiva, mostrámos para o que vínhamos. Na 2.ª parte não entrámos tão bem, tentámos ajustar, fizemos uma substituição. Não fomos tão capazes de chegar de forma controlada à baliza. O jogo começou a partir e aí a ideia de jogo deles está mais adaptada, gerou algum desconforto aos nossos jogadores, que com a ansiedade a aparecer... Acabámos por sofrer o golo numa infelicidade, naqueles momentos que acontecem quando algo não está tão bem. A equipa voltou a acreditar que era capaz de empatar, não de forma tão organizada, mais com o coração do que com a cabeça. Criámos situações suficientes para empatar, mas infelizmente não fomos capazes de marcar. Fica o resultado de 1-0, mas uma resposta com caráter, esforço e dedicação, com os jogadores a mostrar que querem muito dar a volta à situação", começou por analisar.

Falta de oportunidades de golo...
"Acredito que na 1.ª parte tivemos várias aproximações à área de forma diferenciada, com cruzamentos, passes interiores, situações de um para um. Mas acredito que houve situações claras de más decisões e isso vai criando alguma desconfiança. Estávamos preparados para a possibilidade de o Chiquinho jogar de uma determinada forma, e tentámos tirar proveito da superioridade com o Rodrigo Mora por dentro. Isto levou-nos a alguns cruzamentos, a um remate a passar perto do guarda-redes... Notou-se que a equipa queria. Existiu compromisso, capacidade de encontrar espaços e a definição não foi a melhor. Não aparecendo o golo, ficámos mais desconfortáveis. O compromisso e o caráter foi inexcedível, contra uma equipa que veio quase com vontade de empatar. E acaba por ganhar, com infelicidade nossa".

Jogo depois ficou muito mais partido...
"Não foi pelas mudanças que o jogo ficou mais anárquico, mas no momento em que sofremos, ficámos com a sensação de que tínhamos de ir para a frente o mais rápido possível. Quis introduzir variabilidade na equipa na tentativa de encontrar movimentos na profundidade, mas se antes já existia intranquilidade... A partir desse momento houve mais vontade. Na minha opinião, criámos situações suficientes para fazer o empate".

Que equipa encontrou em três dias e que equipa deixa agora?
"Encontrei uma equipa com vontade de dar a volta. No final do jogo, temos uma equipa que mostrou vontade que tem e a capacidade que tem, que quer dar a volta aos resultados. Sabem que é preciso mudar mais uma ou outra coisa, mas que o caminho é de confiança neles próprios, de trabalhar cada vez mais, de sermos o mais coletivos possível, assumindo a responsabilidade de cada um".