Depois da derrota caseira frente ao E. Amadora no seu primeiro jogo neste regresso ao comando técnico do Boavista, Lito Vidigal pretende um desfecho diferente na visita ao Benfica. Apesar das naturais dificuldades em perspetiva, o treinador axadrezada manteve a ambição no discurso e garantiu que se a oportunidade de ganhar a partida surgir será para "agarrar com unhas e dentes".

"As perspetivas são sempre positivas. Eu encaro sempre as coisas com otimismo. Sabemos que é um jogo difícil, contra um adversário, mas a mensagem que passo aos jogadores é que todos os jogos são possíveis de se vencer, independentemente das dificuldades que se possa vir a ter. Há que acreditar que é possível vencer, não consigo trabalhar de outra forma. Não vale a pena estar a enumerar as qualidades do Benfica, um dos maiores clubes de Portugal, mas temos de encarar todos os jogos com a possibilidade de vencer. Vamos sofrer, vai ser duro, mas vamos ter possibilidades de ganhar e se essa oportunidade aparecer temos de agarrá-la com unhas e dentes", começou por dizer o técnico, em conferência de imprensa
 
Segredo para o seu sucesso contra os grandes? "Passa por ser ambicioso e extremamente realista, tendo uma vontade enorme de competir com adversários mais fortes. Respeitando-os sempre, mas olhando primeiro para a minha equipa. Tento fazer com que os jogadores acreditam neles próprios e no nosso processo. Este é um momento singular, até para mim. Primeiro, o nosso presidente e a sua equipa conseguiram limpar 39 impedimentos nesta janela de mercado e isso é um feito histórico e extraordinário e não sei se algum clube já conseguiu isso. Depois há a particularidade de estarmos a trabalhar com jogadores que vêm de uma pausa muita longa sem competir, sem treino específico de futebol e adaptar isso a este momento, trabalhando com eles e com os que estão há mais tempo para que todos tenham a possibilidade de competir com hipóteses de vencermos. Não é o momento ideal para dizer que haverá uma percentagem de 60/40 para poder ganhar, mas a mensagem que é passada é que temos de ir com uma mentalidade de vencer." 

Aptidão dos reforços: "O jogo tem várias vertentes, a emocional, a técnica, a tática e a física. Há vários aspetos para trabalhar por isso é difícil quantificar isso, mas tenho a certeza que ainda não estão ao nível que pretendemos para sermos competitivos e podermos encarar todos os jogos para ganhar. Temos de ser equilibrados, dar tempo de treino a estes jogadores e depois no jogo é que avaliamos. Em função da sua resposta, vamo-nos adaptando, percebendo os que podem jogar mais ou menos minutos, treinar mais ou menos, de forma a encontrar o equilíbrio para termos os jogadores minimamente preparados para competir e evitar lesões." 

Perante a situação do Boavista, faz sentido dizer que a pressão de vencer está sobretudo do lado do Benfica? "Nunca foi a minha perspetiva e nunca será. Estes jogos não são apenas para jogar, não gosto de pensar dessa forma, nem admito que os jogadores pensem dessa forma. Não é para ir lá e ver o que vai acontecer. Temos de ir a jogo, sabendo o que vamos encontrar e o que podemos fazer para vencer. Não vamos lá só para jogar, vamos para ganhar. A estratégia pode ser mais ofensiva ou mais defensiva, mas a objetividade não se pode perder. É possível ganhar e independentemente do adversário queremos ganhar." 

União do grupo: "Com os que já cá estavam e os que chegaram entretanto, estamos a construir uma família. Esse aspeto é muito importante. Queremos torná-la cada vez mais forte e unida. Tem havido uma integração muito boa dos jogadores novos que chegaram por parte dos que já estavam há mais tempo. Estamos a viver um momento peculiar, mas há uma entreajuda muito grande e estamos a tornar a equipa forte em termos de laços. Se abraçarmos juntos os nossos objetivos, a probabilidade de os alcançarmos é muito maior. Estamos no caminho certo para sermos competitivos nos jogos que aí vêm." 

O Boavista visita o Benfica este sábado, pelas 18 horas.