A capital de Espanha é blanca! Ou assim o é por agora, pelo menos... O Real Madrid bateu o Atlético de Madrid por 2-1 na primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões, mas sabe que a decisão final do acesso aos quartos será tomada só na próxima semana, quando as duas equipas se reencontrarem em outra zona da cidade que partilham.

Os dois rivais encontraram-se nas provas europeias - onde já partilham uma história extensa neste século - pela primeira vez desde a meia final de 2017. Para já vai sorrindo a mesma equipa, depois de uma noite carregada de tensão e abrilhantada por genialidade na hora da finalização, com o agigantar das figuras mais trabalhadoras em detrimento das mais mediáticas. Três golaços que nos deixam a salivar pelo segundo jogo, agendado para a próxima quarta-feira...

Belos momentos, contas equilibradas

A primeira parte deste dérbi milionário foi de um equilíbrio notável. E não foi sempre assim, até porque os da casa entraram melhor no jogo, mas contas feitas, ao fim dos primeiros 45 minutos, não houve troco para ninguém.

Belíssimo trabalho do argentino @Getty /
O Real Madrid entrou com a vontade de controlar a bola e foi por isso que abriu e esticou o posicionamento dos seus dois extremos. Assim nasceu o primeiro golo, logo ao quarto minuto, com Rodrygo a partir dessa posição para fazer um golo de enorme classe. Assistido por Fede Valverde, que voltou a atuar como lateral direito, o internacional brasileiro correu pela linha e entrou de rompante na área para fazer o 1-0 com um remate potente.

Essa paciência continuou a favorecer o Real Madrid, que durante largos minutos foi controlando o jogo, mas não para sempre. A seu tempo, começámos a ser recordados da facilidade com que a equipa de Simeone se faz antídoto para um supostamente imparável rival. Aquela kryptonite futebolística que tantas vezes vemos neste confronto. Julián Álvarez foi nesta ocasião o super-herói (ou vilão, dependendo de alguma afiliação clubística do leitor).

Ora, o internacional argentino conseguiu um golo à altura do que o adversário tinha feito. Empate no marcador e provavelmente também na nota do painel estético, já que Álvarez, depois de se soltar da pressão de Camavinga, armou um remate tão potente quanto colocado, que ainda bateu no poste mais distante antes de abraçar a rede.

Um desempate a lápis

Valverde esteve em destaque na noite @Getty /
O Santiago Bernabéu sentiu em certos momentos a falta de Jude Bellingham, que estava suspenso para este jogo. Certo é que o minuto 55 não foi um desses momentos! Foi nessa altura que Brahim Díaz assinou um belo lance ao bater Oblak com um remate colocado depois de deixar Giménez estendido no chão. Abraçou as bancadas (e foi por isso amarelado) na sequência desse emocionante tento.

Daí para a frente, o jogo voltou a mudar. Os adeptos visitantes foram silenciados e os jogadores colchoneros também perderam preponderância, especialmente depois do veterano Luka Modrić entrar para segurar a bola a meio-campo. Outra substituição de realce foi aquela que viu Simeone retirar Griezmann e lançar mais um central - Le Normand -, como que satisfeito com uma desvantagem de um golo nesta primeira mão.

A opção do técnico argentino quase correu mal, já que as melhores oportunidades da reta final do jogo pertenceram ao Real. Ainda assim, o 2-1 manteve-se e Ancelotti conseguiu apenas aquilo que procurava para a segunda mão, como tinha referido nas declarações pré-jogo: uma «pequena vantagem». Brahim desempatou um jogo inerentemente equilibrado, mas sabe, como sabemos nós, que a discussão vai só a meio.