O futebol sempre foi conhecido por criar carreiras curtas, mas intensas. Os jogadores tornam-se estrelas desde jovens, alcançando rapidamente sucesso, admiração e riqueza. No entanto, quando penduram as chuteiras, são forçados a reorientar as vidas e a mudá-las radicalmente. Têm de se afastar e desaparecer daquilo que lhes deu tanto em tão pouco tempo. Foi precisamente sobre estes momentos que o jogador do Eintracht Frankfurt, Mario Gotze, falou recentemente.

«É um assunto sobre o qual não se fala muito, mas é um problema sério», afirmou o médio alemão na rede social LinkedIn, sobre os riscos de abandono quando se termina a carreira de atleta. «Muitos caem em depressão», admitiu. E, embora ainda esteja no ativo, reforça que tem de estar preparado para sair da bolha do futebol.

«O mais importante quando penduras as chuteiras é não cair no abismo, no buraco negro - esse é o teu objetivo. E não me refiro apenas do ponto de vista financeiro, embora manter o estilo de vida de futebolista geralmente exija que encontres outra coisa para fazer», atirou.

O campeão do mundo, de 32 anos, assume que qualquer atleta deve procurar um emprego ou um estilo de vida que o realize tanto quanto o futebol o fez durante a carreira: «É preciso tentar encontrar algo pelo qual nos sintamos tão apaixonados como pelo futebol ou, pelo menos, algo semelhante. Pode-se focar em algo após a carreira no qual se possa investir a mesma energia que se estava habituado a entregar todos os dias», sublinhou.