André Villas-Boas apresentou Martín Anselmi como novo treinador do FC Porto numa breve cerimónia realizada no museu dos azuis e brancos. O técnico argentino já falou à imprensa como dragão e mostrou-se bastante identificado com a «paixão e a exigência» do clube.
Martín Anselmi em discurso direto:
Apresentação: «Obrigado Presidente, Andoni [Zubizarreta], Jorge [Costa]. Agradecer aos adeptos do FC Porto que me fizeram sentir o carinho. Vou conhecer os jogadores e vamos começar a construir uma equipa que represente e identifique todos os portistas.»
Expectativas: «As sensações são muito boas, de muita felicidade. Aqui respira-se algo com que sonhei toda a minha vida... essa paixão, essa exigência, essa necessidade de que a equipa transmita esforço e luta para os adeptos. A essência que se respira em tudo o que estamos a ver, o símbolo, os títulos. Esta cultura de trabalho com que me identifico sempre. Conheço o FC Porto desde sempre. Estamos convencidos de que vamos construir uma equipa competitiva. Que luta até ao final.»
Mudanças táticas: «Mais do que números e sistemas. Acreditamos num futebol de vantagens, de ocupar posições. Podemos construir com 'três', mas se um líbero aparecer para construir já estamos com 'quatro'. Na parte ofensiva temos um sistema que se «compõe e descompõe» constantemente. Vai depender do rival. Para defender há um sistema, porque há uma ordem. Temos de saber o que fazer e em que momentos. Mas também flexível, gostamos de estudar o rival. Não decidimos como atacar o rival, o rival decide como vamos atacar. Queremos jogadores capazes de interpretar isto. Não é algo certo. O futebol evolui, os rivais estudam-te e temos de nos reinventar. Temos de adotar a estratégia que melhor se adapta ao rival.»
Plantel: «Quero ser prudente. Os futebolistas são o contexto. Se vestem as cores do FC Porto, é porque têm capacidade para isso, mas os contextos importam. Sabemos que têm capacidades e queremos dar-lhes as melhores ferramentas para serem melhores. Seria imprudente fazer um diagnóstico do plantel antes de trabalhar com eles.»
Ilusão: «Tenho de pedir ao presidente que traga outra vitrine para adicionar mais uns títulos [risos].»
Chegar a meio da época: «Iniciar o processo com a temporada a meio não é o melhor contexto, mas toca-nos a nós agora começarmos a trabalhar e ter como primeiro objetivo construir uma equipa competitiva. Vamos preparar o jogo de quinta-feira, é um jogo decisivo. Vamos tentar transmitir aos jogadores em tão pouco tempo qual é a nossa essência e acho que isso se vai refletir na quinta-feira.»
Objetivos para a época: «Demorou umas horas [a dizer que sim a André Villas-Boas]. O FC Porto tem de lutar, tem de estar sempre em cima. Somos treinadores que trabalham como vocês, para ver o reflexo do trabalho precisamos de tempo, mas precisamos de querer ser melhores que o dia anterior. É isso que gostamos como equipa técnica. E temos de ter a humildade de saber que estamos a falhar e corrigir. Somos muito exigentes connosco e gostamos de olhar para dentro e ver onde podemos melhorar. Estamos confiantes que vamos chegar onde todos os portistas querem que cheguemos.»
O que quer potenciar na equipa do FC Porto: «Analisámos o plantel, as posições e as funções de cada jogador. Mas temos vontade de descobrir mais no treino. Os jogadores têm de compreender e identificar-se com a nossa ideia. Queremos que os jogadores percebam e adotem a nossa ideologia. Não quero que a sigam por eu obrigar. Que nos deem a sua opinião e isso não se consegue apenas com um vídeo.»
O que levou a aceitar o desafio: «É evidente o que significa o FC Porto. A nossa primeira experiência na Europa seja num clube tão grande... E a convicção com que nos convidou o clube e André [Villas-Boas]. Desde que pisei Portugal as pessoas do FC Porto ajudaram-nos em tudo o que podíamos pedir. A exigência que transmite cada pessoa que trabalha neste clube, a cultura do trabalho, a paixão. Para fazer as coisas bem há que ter paixão. Isso foi determinante.»