
O Ministério Publico (MP) acusou dois arguidos de auxílio à imigração ilegal, depois de terem recrutado estrangeiros, sem processo de legalização, para um clube de futebol de Gondomar.
Por despacho de 16 de abril, o Ministério Público «acusou dois arguidos pela prática de 11 crimes de auxílio à imigração ilegal e de 11 crimes de angariação de mão-de-obra ilegal», por terem agido «concertadamente» no interesse de um clube de Gondomar que participou na Divisão de Elite Pro-nacional Série 2 da AF Porto em 2018/2019, informou a Procuradoria-Geral Distrital do Porto em comunicado.
«Com o objetivo de formar uma equipa com vários jogadores a baixo custo, recrutaram e inscreveram 11 atletas de nacionalidade brasileira, que até ao fim da época e saída do clube não foram titulares de qualquer visto ou título válido que os habilitasse a permanecer ou exercer qualquer atividade em território nacional», indica a acusação.
Segundo a tese do MP, «para conseguirem a entrada em Portugal dos atletas, os arguidos declararam-nos como se viessem realizar os testes necessários (físicos e médicos) e, assim, não os obrigar a regressar ao país de origem ou usaram cartas convite para fins turísticos».
O MP acrescenta que os arguidos terão prometido aos atletas a legalização, mas que «nunca o fizeram». Alojaram os jovens «em divisões do clube, onde pernoitaram em beliches» ou nas suas próprias casas, e pagaram-lhes entre 150 e 300 euros mensais de salário.