Portugal passou invicto à 'main round' do Mundial de andebol, em Oslo, na Noruega, e Gustavo Capdeville e Vitor Iturriza consideraram esta segunda-feira que esse feito, aliado aos bons jogos realizados, deixa de sobreaviso os próximos adversários.

A seleção portuguesa terminou na primeira posição do Grupo E da fase preliminar e vai defrontar os três primeiros do F, que fecha hoje, para já sabendo que Suécia e Espanha são dois dos opositores, sendo o outro o Japão ou o Chile.

O guarda-redes Gustavo Capdeville, que desempenhou um papel determinante na vitória de domingo sobre a Noruega, com 15 defesas a 41 remates, o que lhe valeu uma eficácia de 37%, admitiu à agência Lusa que "os próximos adversários já vão olhar de outra forma".

"Toda a gente viu os três jogos que fizemos. Muito consistentes, com muita garra, a querer muito, e essa é a nossa imagem de marca, tem vindo a ser, Vão olhar-nos de outra forma na 'main round', tendo quatro pontos e com as prestações que temos vindo a fazer", explicou o guarda-redes.

Na próxima fase, que começa na quarta-feira, e tendo para já a certeza que Portugal irá defrontar a Suécia e a Espanha, respetivamente terceira e quarta do Mundial2023, Gustavo Capdeville espera "jogos ao nível do realizado com a Noruega" que "serão definidos no detalhe".

"[Suécia e Espanha] são seleções com muita qualidade. Sabemos que são jogos que qualquer equipa pode vencer. Vai ser a garra e a ambição que vai fazer a diferença e no fim os detalhes", sustentou o guarda-redes do Benfica, de 27 anos.

Gustavo Capdeville reconheceu que a moral da seleção, apesar de algumas contrariedades, "está em cima, depois de três triunfos e da grande vitória de domingo frente à equipa organizadora, mas sempre com os pés bem assentes na terra".

O pivô Vitor Iturriza, do FC Porto, admitiu que a seleção portuguesa mostrou um pouco do que pode fazer, a que nível pode jogar, e isso já fica de alerta para os próximo adversário na 'main round', que irá decorrer também em Oslo.

"As outras seleções vão encarar o jogo com Portugal com um nível de preocupação mais alto e exigência máxima, mas estamos preparados e queremos continuar o nosso percurso a jogar bem, forte, e a mostrar ao mundo que sabemos jogar andebol de alto nível", disse.

Victor Iturriza, que marcou quatro golos aos Estados Unidos e dois à Noruega, tendo ficado em branco com o Brasil, e que é um dos 'muros' defensivos de Portugal, juntamente com Luís Frade e Salvador Salvador, antevê dificuldades para os jogos com a Suécia e a Espanha.

"São duas excelentes seleções, com jogadores de classe mundial e temos que encarar esses jogos com exigência máxima e dar o nosso melhor para conseguir sair com a vitória", adiantou o experiente pivô luso-cubano, de 34 anos, que representa o FC Porto desde 2016/17.

Iturriza é o único sobrevivente da naturalizada 'armada cubana', que integrou o malogrado guarda-redes Alfredo Quintana, que morreu em fevereiro de 2021, e os pivôs Daymaro Salina e Aléxis Borges e que contribuiu, de forma decisiva, para os êxitos recentes da Portugal.

Na altura do regresso de Portugal aos principais palcos, a base da seleção era a equipa do FC Porto, mas agora a estrutura das 'quinas' tem como base o Sporting e o entendimento entre jogadores como Salvador Salvador, os irmãos Francisco e Martim Costa, João Gomes, Pedro Portela e Diogo Branquinho.