O treinador português de futebol José Mourinho rejeitou as acusações de racismo de que foi alvo por parte de elementos do Galatasaray, assegurando que tem “defeitos”, mas que ser racista não é um deles.

“Todos sabem a pessoa que sou. Todos conhecem os meus defeitos, mas este não é um deles. É o oposto. O mais importante é que todos sabem como sou, atacarem-me e acusarem-me de racista foi uma má opção”, comentou o treinador português.

Em entrevista à "Sky Sports", José Mourinho garantiu que estava "calmo, relaxado e não magoado" quando surgiram as acusações do clube de Istambul, rival da cidade do Fenerbahçe. "Só senti: como é que puderam ir tão baixo? Mas isso não foi um problema. Nos dias seguintes, quando comecei a analisar as coisas e a reação do público, a apoio estava lá, até de pessoas que não gostam de mim", argumentou.

"Não foram espertos na forma como me atacaram porque não conheciam as minhas ligações a África, a jogadores africanos, com instituições de solidariedade africanas. Não fazem ideia do meu passado. Em vez disto ir contra mim, acho que houve o efeito de bumerangue e foi contra eles", opinou o técnico, vencedor de duas Ligas dos Campeões, uma com o FC Porto (2004) e outra com o Inter de Milão (2010).

Mourinho, treinador do Fenerbahçe, falou do assunto em entrevista à Sky Sports, depois de ser acusado de racista pelo Galatasaray, ao referir em conferência de imprensa, após o dérbi entre as duas equipas, que os jogadores do rival “saltavam como macacos”.

“No banco do Galatasaray saltavam como macacos a cada decisão acertada”, disse o treinador no final do dérbi, o que lhe valeu uma suspensão de quatro jogos.

Na entrevista, José Mourinho, que vai pedir uma indemnização de cerca de 50.000 euros, por danos e prejuízos. E salientou as demonstrações de solidariedade que recebeu de jogadores africanos, especialmente dois que treinou no Chelsea, como costa-marfinense Didier Drogba e o ganês Michael Essien.

O avançado, que brilhou nos blues sobretudo sob o comando de Mourinho, veio a público defender o antigo treinador: “Digo que conheço o José há vários anos e que ele não é racista e a história (passada e recente) está aí para o provar. Como é que o meu 'pai' poderia ser racista?”, questionou o antigo goleador.