
Eis o recorde a crescer: com vitória por 3-2 no prolongamento, o Barcelona conquistou a Taça do Rei!
O Real Madrid, sem Mbappé de início devido à lesão no tornozelo, pouco ou nada fez no primeiro tempo. O Barcelona criou no meio-campo, juntou a largura à verticalidade e, nos escassos momentos em que permitiu ao rival qualquer subida, soube explorar o contra-golpe ou gerir a profundidade com a linha de fora de jogo.
Dois minutos bastaram para que Tchouaméni impedisse cruzamento de Raphinha de chegar a Ferrán Torres. E poucos minutos depois, foi Valverde a parar os mesmos protagonistas. Era, aliás, na zona da área que os madrilenos conseguiam controlar os ímpetos adversários. Só que há jogadores no Barça que não precisam de estar perto.
É aqui que se pode falar de um dos melhores do Mundo. Pedri esteve — como sempre está — em todo o lado. Ao minuto 28, lá estava ele a lançar Yamal após grande corte de Cubarsí e, depois, lá apareceu à entrada da área. Com um potente remate de primeira, a bola fugiu de Courtois para o ângulo da baliza.
Foi o momento de beleza que dava alguma justiça ao resultado. O Real Madrid precisava de uma dose de inspiração e energia na segunda parte. Ao intervalo, Carlo Ancelotti mandou Mbappé seguir para aquecimento.
Mbappé foi (quase) herói, Yamal foi (outra vez) fenomenal
A análise a esta segunda parte parte obriga a elogios a Ancelotti: as alterações do técnico do Real Madrid resultara, em geral, muito bem. Modric adicionou muito mais que Ceballos, Guler acabou por ser decisivo para o desfecho do resultado e Valverde adicionou muito mais na lateral-direita que Vázquez. Ninguém, porém, teve tanto impacto como Mbappé. Entrou ao intervalo e tratou de dar trabalho à defesa do Barça na meia hora seguinte. Correu, soube manter a compostura para não ser apanhado em fora de jogo, lançou Vinícius Jr. que uma e outra vez desperdiçou na cara de Szczesny e, ao minuto 69, ganhou livre perigoso com uma grande jogada individual. Não satisfeito, assumiu a cobrança e, pela primeira vez na carreira, marcou um golo de livre direto.
Galvanizado pelo golo, o conjunto de Madrid continuou a carregar e ao terceiro canto consecutivo, a bola de Guler encontrou a cabeça de Tchouaméni, que não desperdiçou. Tudo corria bem ao Real, que havia chegado à remontada, mas que não contou com mais um momento brilhante de Yamal: com um passe perfeito, colocou onde Rudiger e Courtois não perceberam quem devia atacar a bola, mas Ferrán Torres empatou.
O 2-2 foi o resultado que obrigou a prolongamento — ainda que, na última jogada do prolongamento, o árbitro ainda tenha recorrido ao VAR para anular grande penalidade para o Barcelona — e, após mais de 90 minutos em campo, as pernas deixaram de funcionar. O grande exemplo de esforço foi, ao lado de Federico Valverde, Jude Bellingham. Muitas vezes criticado por não dar tanto como deve à equipa no plano ofensivo (ou, pelo menos, tanto quanto foi na primeira época de blanco), o inglês. que voltou a não ser particularmente eficaz no ataque, mostrou, de início a fim, uma grande solidariedade defensiva, com vários duelos conquistados para lançar contra-ataques — incluindo o que deu o golo de Mbappé.
Ainda assim, o jogo apoiado madrileno era ainda mais escasso que o do Barça neste tempo extra, que ainda se tentava aproximar da baliza adversária. Só num momento de erro de um lado e de brilho do outro é que esta final se desenlaçaria e, se as alterações correram, de facto, bem para Ancelotti, o momento decisivo acabou por vir... do banco blanco: Modric passou para o meio, Brahim deixou Koundé antecipar-se e, com um pontapé potente, conquistou a 32.ª Taça do Rei do Barcelona. O apito final chegou pouco depois com a glória catalã.
Astros brasileiros em falta
Numa partida decisiva, os jogadores que mais diferença costumam fazer estiveram... apagados. Sobretudo os internacionais canarinhos Vinícius Jr., Rodrygo e Raphinha. O primeiro desperdiçou várias oportunidades para faturar na segunda parte, o terceiro não acertou um único remate cruzado, uma das suas armas mais fortes e o segundo... nem apareceu. A sorte é que, nestes jogos, o que não falta é estrelas...