
Nuno Santos concedeu uma entrevista ao podcast Entrelinhas. Lateral-esquerdo do Sporting enfrenta uma grave lesão e falou sobre vários temas.
Nuno Santos enfrenta uma grave lesão na carreira e está assim afastados dos relvados. Em entrevista ao podcast Entrelinhas, o lateral do Sporting falou sobre os assobios noutros estádios:
«Fora do campo acho que não tenho inimigos, só se for os adeptos dos rivais. Mas não me importo de ir a outros estádios e ser assobiado. Isso dá-me força. Espero voltar e continuar a ser. Não pela pessoa que sou, mas pelo que jogador que sou. Não desrespeitando as pessoas, mas tento dar o melhor para ajudar a minha equipa».
Nuno Santos abordou a sua relação com Pedro Gonçalves:
«Dentro do campo tem coisas parecidas comigo. Como jogamos no mesmo flanco, quando alguém pegava com ele, ia sempre por trás e ouvia o que estava a dizer, e a seguir picava eu. E aí já éramos dois contra um. O Pote é mais na calada, consegue ter mais calma para falar e atingir mais tranquilo; já eu fervo mais e fico mais impulsivo. Não tenho nenhum inimigo no futebol e quando faço isso é porque quero ganhar. Eu e o Pote não queremos o mal de ninguém».
Nuno Santos revelou um episódio a envolver Pedro Gonçalves:
«Tenho um episódio com o Pote, quando estava no Rio Ave e ele no Famalicão. Temos o mesmo empresário, nunca tínhamos pessoalmente juntos, mas já nos conhecíamos. Numa bola em que passo para fora, ele vira-se e diz ‘olha se quiseres depois ensino-te como é que falhas isso’. Fiquei chateado e depois, no final do jogo, mandou-me mensagem a pedir desculpa a dizer que estava a brincar comigo. Ele tem mais esse lado do que eu. Consigo ser frontal no momento, porque não gosto de guardar nada».
Nuno Santos foi questionado sobre as críticas:
«Não sou a mesma pessoa dentro de campo e fora de campo. Já liguei mais. Lia tudo, mas agora já não. Passei essa fase, porque somos holofotes de tudo. As coisas chegam-me sem ser eu a procurar».
Nuno Santos não gosta de ser suplente:
«Sou um jogador ambicioso. Há jogadores que não se importam de ir para o banco, eu não. Se estou numa equipa de futebol, é para jogar sempre até ir ao limite. Quem diz que não azia nunca foi jogador de futebol. Se vir um jogador que se acomoda por não jogar, isso faz-me impressão. Não vou estar a ser hipócrita».
Nuno Santos abordou passagem pelos três grandes:
«Fiz a minha formação toda no FC Porto, nove épocas, depois fui para o Rio Ave, onde fiz uma grande época de júnior. Depois assinei pelo Benfica, onde fiz quatro épocas. Agora estou na quinta época no Sporting e nunca pensei… Sempre acreditei mas nunca pensei chegar aqui e ser amado por muita gente e odiado por outros. Fico muito feliz de estar neste grande clube e de ter ganho o que já ganhámos aqui: 2 campeonatos; 2 Taças da Liga e 1 Supertaça entre outras perdidas em que fomos à final e podíamos ter ganho mas a vida é mesmo assim».
Nuno Santos abordou a conquista das duas Primeiras Ligas, ao serviço do Sporting:
«A mais especial a primeira. Porque era um título que o clube queria há muito e nós conseguimos. Mas o segundo, com os adeptos e da maneira que foi, também foi muito saborosa. E a felicidade de ver toda a gente no Marquês foi fantástica. Tento passar isso para os mais novos».
«Velho não sou, quero jogar até aos 40 [anos]. Tento passar que é um momento fantástico, que fica sempre na nossa cabeça. Vais de férias tranquilo, porque foste campeão e viveste dos momentos mais felizes da tua vida. E é isso que tento passar. Que metam isso na cabeça, porque ser campeão neste clube é uma coisa de outro Mundo», acrescentou.
Nuno Santos falou sobre a lesão complicada e quer regressar na final da Taça de Portugal, caso o Sporting chegue lá:
«Sempre disse que, depois do segundo cruzado, se tivesse uma lesão grave deixava o futebol. Sou meio maluco e acredito que ao voltar de lesão vou voltar ainda com uma força muito grande. Mas custa muito e sai do corpo. Há dias em que me acordo e deito a pensar nisto. Estou sempre a massacrar o Tiago, fisioterapeuta que está comigo. Não sinto dores, mas quando sentir que estou bem, vou massacrá-lo até ao doutor dizer que tenho alta médica e que a responsabilidade é minha. Vou forçar até esse patamar. Vou querer voltar este ano, que o Sporting esteja na final da Taça de Portugal e seja nessa altura que esteja para voltar».