Em uma resposta contundente às recentes críticas de pilotos da Fórmula 1 e da mídia, o Presidente da FIA, Mohammed Ben Sulayem, desconsiderou as preocupações sobre as operações do órgão regulador e declarou que a forma como dirige a FIA é “da conta deles.” Falando antes do Grande Prémio do Qatar, Ben Sulayem abordou as alegações de turbulência dentro da FIA, sua gestão de saídas de alto nível e as questões levantadas pelos pilotos sobre transparência e tomada de decisões.
Desafios em Meio à Crítica: “Estou a Corrigir a FIA”
Ben Sulayem tem estado sob escrutínio após a saída abrupta de figuras-chave, incluindo o diretor de corrida da F1, Niels Wittich, e uma carta aberta da Associação de Pilotos de Grande Prémio (GPDA) exigindo maior transparência, particularmente em relação a como os fundos provenientes de multas a pilotos são gastos. A GPDA instou a FIA a tratar os pilotos “como adultos,” provocando uma resposta incisiva do presidente.
“Não é da conta deles,” disse Ben Sulayem de forma direta. “Eu respeito os pilotos. Que eles se concentrem no que fazem de melhor, que é correr.”
O chefe da FIA defendeu ainda os gastos da organização, revelando que foram investidos €10,3 milhões em desporto motorizado de base em 2023, com investimentos semelhantes planeados para 2024. Além disso, foram alocados fundos para a segurança no desporto motorizado, custos médicos e projetos técnicos.
Respondendo às Críticas dos Pilotos: Transparência ou Tensão?
Quando questionado sobre as preocupações da GPDA, incluindo a remoção de Wittich com três corridas restantes na temporada, Ben Sulayem manteve que a FIA não está obrigada a explicar as suas decisões aos pilotos ou à imprensa.
“Temos de lhes dizer? Quando algo nas equipas muda, eles dizem-nos? Não, não dizem. Ninguém tem de o fazer,” disse. “Temos as regras, seguimos as nossas regras. Não seguimos as regras de outra pessoa.”
Colocando o Foco: Recrutamento e Resiliência
Num contexto de especulação sobre caos interno, Ben Sulayem enfatizou o crescimento contínuo da FIA, citando esforços significativos de recrutamento nos últimos dois anos. Afirmou que o número de novas contratações supera em muito as saídas recentes, com 64 funcionários a juntarem-se em 2023 e mais 92 esperados para 2024.
“Estou muito otimista em relação à FIA,” disse. “O que for necessário para levar a FIA a uma posição melhor, eu farei.”
O presidente minimizou as alegações de má gestão, referindo as acusações da imprensa como distrações infundadas. “Acusaram-me de sexismo, de roubar dinheiro, de interferir nas decisões dos comissários. Onde está a prova? É tudo ruído,” disse.
Desconsiderar Falar de Caos: “Deixem-nos Falar”
Ben Sulayem desconsiderou sugestões de crise dentro da FIA como rumores de paddock e fabricados pela mídia britânica. Ele permaneceu resoluto na sua missão de liderar a organização como achar melhor, declarando que o seu foco está em servir os clubes membros da FIA em vez de agradar críticos externos.
“Ainda estou vivo aqui? Sim. Estou a fazer a prioridade para a FIA? Sim. Quebrei alguma regra? Não,” afirmou. “O que quer que escrevam sobre mim, não me importa. Acho que vivo de graça nas suas cabeças, huh? É um bom apartamento lá.”
Um Paddock Dividido: O Que Vem a Seguir para a FIA?
Enquanto a postura intransigente de Ben Sulayem sinaliza confiança na sua liderança, o seu tom confrontacional pode aprofundar divisões dentro do paddock. Pilotos, equipas e partes interessadas continuam a pedir maior transparência e colaboração, mas Ben Sulayem parece determinado a afirmar a independência da FIA.
Para a Fórmula 1, a tensão entre o órgão regulador e os seus participantes pode moldar o futuro do desporto, especialmente à medida que as discussões sobre regulamentos, governação e distribuição de receitas se intensificam.
Conclusão: Liderança Sob Fogo, o Futuro da FIA em Foco
A liderança de Mohammed Ben Sulayem na FIA tem sido marcada por decisões audaciosas e controvérsia, e os seus últimos comentários sublinham uma abordagem pragmática à crítica. Enquanto ele destaca o progresso dentro da organização, o ceticismo por parte dos pilotos e da mídia persiste, evidenciando o delicado equilíbrio entre autonomia e responsabilidade na governança do automobilismo.
À medida que a temporada se aproxima do fim, todas as atenções estão voltadas para como a FIA navega por estes tempos turbulentos e se a visão de Ben Sulayem para o organismo regulador está alinhada com as expectativas dos intervenientes do desporto. Uma coisa é certa: o presidente da FIA não está a recuar.