Victor Wembanyama começou a sua carreira na NBA com uma força tremenda, arrecadando prémios como Rookie do Ano e uma posição nas equipas All-Rookie e All-Defensive, ficando ainda em 2.º lugar na corrida para o prémio de Defesa do Ano. A sua estreia deixou claro o impacto imediato no jogo dos Spurs e no cenário da NBA. No entanto, a próxima época promete ser ainda mais desafiadora e cativante para o jovem francês.

Com Chris Paul a juntar-se aos Spurs, a dinâmica da equipa pode transformar-se significativamente. Paul, com a sua mestria em leitura de jogo e criação de oportunidades, pode atuar como um mentor ideal para Wembanyama. A sua capacidade de distribuir o jogo com passes precisos abre a possibilidade de libertar o jovem talento para movimentos mais estratégicos no ataque, nomeadamente o alley-oop, passe ao qual CP3 está mais que habituado a realizar desde os tempos de Lob City e passe esse que Wembanyama bem requisitou na sua primeira época e poucas vezes o obteve.

No entanto, para que Wembanyama continue a crescer e possivelmente vença o prémio de Jogador Mais Evoluído da temporada, há aspetos específicos do seu jogo que precisam de refinamento. Ele já demonstrou domínio na defesa, liderando a liga em desarmes de lançamento, e manteve uma média impressionante de 21.4 pontos por jogo. Mas a sua eficácia nos lançamentos de três pontos, que foi de apenas 32.5% na última temporada, oferece uma área clara para melhoria.

Curiosamente, Wembanyama teve picos de excelência após o All-Star break, chegando a um impressionante 41.3% de eficácia de três pontos em fevereiro. A chave poderá residir em aumentar a sua frequência de lançamentos a partir dos cantos, uma área subutilizada por estrelas com o seu perfil, como Nikola Jokic e Joel Embiid. A comparação com Chet Holmgren, um rival jovem na Conferência Oeste, revela que o aumento do volume de lançamentos dos cantos pode ser um diferencial crucial para um jogador de grande porte que não é o principal motor ofensivo da equipa.

Para maximizar esta oportunidade, os Spurs precisam de um criador de jogo eficaz. Chris Paul, apesar de já não ser o marcador de pontos dominante de outros tempos, ainda possui uma visão de jogo incomparável, capaz de colocar Wembanyama em posições ideais para lançamentos fáceis. Paul, ao lado de candidatos emergentes como Stephon Castle e Keldon Johnson, poderá criar uma estrutura onde Victor Wembanyama tenha mais oportunidades de jogar sem bola, posicionando-se para lançamentos abertos e movimentos de pick-and-pop.

A segunda época de Wembanyama não será apenas uma continuação; será um capítulo onde ele pode verdadeiramente redefinir o seu papel na NBA. Com um mentor como Chris Paul e um foco em áreas específicas de melhoria, Wembanyama tem a oportunidade de transformar o potencial em realidade. O seu crescimento pode ser um espetáculo fascinante de assistir, e a NBA, como uma grande peça teatral, está prestes a assistir a algo digno de Broadway.

Preparem-se: o espetáculo está prestes a começar.