O presidente do Santos, Marcelo Teixeira, confirmou o que todos os adeptos do clube esperavam: Neymar está de regresso, 12 anos depois de sair para o Barcelona.

“Parece que foi ontem, o tempo passa muito rápido. Chegou o momento de construir a nossa nova história. Retorne à sua casa, estamos de braços abertos”, escreveu o presidente do Santos nas redes sociais, onde publicou também um vídeo sobre o regresso de Neymar.

“Chegou o momento, Neymar. Chegou a hora de você voltar para o seu povo. Para sua casa, para nosso clube do coração. Seja bem-vindo, menino Ney! Menino da Vila! Vem ser feliz de novo com o manto sagrado. A nação santista te espera de braços abertos”, disse ainda.

Pelo Santos, o internacional brasileiro marcou 136 golos em 225 jogos. Conquistou os títulos da Taça Libertadores (2011), da Recopa Sul-Americana (2012), da Taça do Brasil (2010) e do Campeonato Paulista (2010, 2011 e 2012).

Esta segunda-feira, Neymar conseguiu rescindir com o Al Hilal, deixando o caminho aberto para regressar o Brasil.

Segundo o Globoesporte, o craque deverá assinar um contrato de cinco meses, porque mantém o desejo de regressar ao futebol europeu no meio do ano.

O menino do moicano que encantou o mundo

No 100.º aniversário do Santos, em abril de 2012, duas das principais figuras da história do
No 100.º aniversário do Santos, em abril de 2012, duas das principais figuras da história do Nelson Antoine

Neymar estreou-se como profissional do Santos, com apenas 17 anos, em 2009. A ascensão foi meteórica e, no ano seguinte, muitos já pediam a sua presença no Mundial da África do Sul, o que não aconteceu.

Campeão da Copa do Brasil e da Taça Libertadores, o jovem que fez tantos outros jovens imitarem o seu corte de cabelo chegou a estar entre os 10 melhores do mundo na Bola de Ouro de 2011. No mesmo ano, ganhou o prémio Puskas - de golo mais bonito da época - graças a uma obra de arte num histórico Santos 4-5 Flamengo.

O Santos tentou, e aguentou durante mais tempo que o expectável, segurar o menino do moicano. O plano era fazê-lo ficar no Brasil até ao Mundial 2014, em casa, mas o ‘assédio’ vindo da Europa só aumentava e, no fim, o desejo do jogador prevaleceu.

Barcelona, MSN e muitos milhões

ALEJANDRO GARCIA

No início de 2013, tinha duas propostas em cima de mesa: uma do Barcelona, outra do Real Madrid. Pesou o coração, a vontade de jogar com Lionel Messi e de representar o clube que cresceu a ver, encantado com a magia de Ronaldinho Gaúcho.

A trajetória no Barcelona, que durou quatro anos, serviu para cimentar o nome do brasileiro entre os melhores da geração. Realizou o sonho de conquistar a Liga dos Campeões, formou, ao lado dos amigos Messi e Suárez, um trio icónico para os fãs, e só saiu pelo valor mais elevado que até hoje um clube gastou num único jogador.

Em 2017, Neymar rumou para o PSG, que pagou uma fortuna de 222 milhões de euros ao emblema da Calatunha. Na altura, falava-se que a mudança era ou por dinheiro, ou pelo desejo de ser o melhor jogador do mundo - o que seria sempre complicado na mesma equipa de Messi.

Recentemente, numa entrevista à Romário TV, o camisola 10 da canarinha negou que queria tirar o trono ao argentino e que a presença de amigos brasileiros no clube de Paris - Thiago Silva, Dani Alves, Marquinhos e Lucas - foi um fator importante na decisão.

O auge e as lesões

RICARDO MORAES/REUTERS

Neymar chegou para ser o grande nome do projeto, que tinha como objetivo maior e prioritário a conquista da inédita Liga dos Campeões. Foram seis anos de altos e baixos, de muito futebol e muitas lesões. Enquanto esteve no relvado, o próprio considera que viveu o seu “auge”, mas os problemas físicos tiraram-no de momentos cruciais em temporadas consecutivas.

A relação com PSG terminou em rutura, com o jogador a querer sair e o clube a afastá-lo dos jogos. O Al Hilal, impulsionado pelo dinheiro público da Arábia Saudita destinado ao futebol, não perdeu a oportunidade e contratou o brasileiro, em 2023, por 90 milhões de euros.

Com lesões graves no tornozelo, no joelho e na coxa nos últimos anos, Neymar jogou ainda menos no Médio Oriente: apenas sete jogos. Recentemente, Jorge Jesus disse que o avançado, recuperado do último problema físico, não seria inscrito no campeonato saudita, por não estar a conseguir “acompanhar a equipa” nos treinos.

Neymar
Neymar SIC Notícias

O retorno iminente ao Santos é, por isso, uma incógnita em termos futebolísticos. Segundo o Globoesporte, a escolha de regressar ao clube que o formou passa por “reencontrar a alegria de jogar futebol”, num ambiente favorável para “retomar a boa condição física”.

Aos 32 anos, Neymar tem como principal objetivo estar em condições para jogar o Mundial 2026, a quarta e última oportunidade para tentar conquistar o torneio, depois de 2014, 2018 e 2022.

Na seleção brasileira, já ultrapassou Pelé como o melhor marcador de sempre, mas ainda procura vencer o único grande título que falta no palmarés.